Representantes de caminhoneiros e técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estão reunidos na sede da autarquia, em Brasília, para discutir a possibilidade de ajustes na nova tabela com preço mínimo do frete para o transporte rodoviário de cargas, publicada quinta-feira, (7).
O próprio presidente Michel Temer anunciou, nessa quinta, que a Casa Civil e o Ministério dos Transportes estudavam "uma adaptação à tabela dos preços mínimos do frete" para que os caminhoneiros tenham condições de trabalho, sem que a economia seja abalada.
A tabela hoje em vigor é a segunda a ser publicada pelo governo federal. Com a suspensão do texto, que deve ser ainda publicada no Diário Oficial da União, voltará a vigorar a primeira versão, do dia 30 de maio.
As duas tabelas são alvos de uma disputa de interesses entre caminhoneiros e representantes do setor produtivo. De um lado, donos de transportadoras rodoviárias e caminhoneiros autônomos se queixam de que os valores hoje pagos pelo frete mal cobrem os custos das viagens, com combustível, pedágio, alimentação e manutenção do veículo. De outro lado, empresários de outros setores, principalmente do segmento agropecuário, alegam que o estabelecimento de um valor mínimo para o frete limita a concorrência e aumenta os custos de transporte de cargas.
O tabelamento do frete foi uma das reivindicações de caminhoneiros atendidas pelo governo no fim do mês passado para tentar terminar com a paralisação que durou 11 dias, afetando amplos setores da economia.
A reunião dos caminhoneiros deverá durar todo o dia e poderá ser prolongada no final de semana. Segundo a agência reguladora, a ideia é concluir uma revisão da tabela editada no último dia 30.
A nova versão, que deverá estar pronta no início da próxima semana, entrará em vigor, mas será também submetida a audiência pública.
Na audiência, que deverá durar de 30 a 45 dias, o tema tabelamento de frete será discutido com os interessados, que poderão apresentar contribuições.