Operação de guerra para o leilão do aeroporto de Confins

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
08/11/2013 às 06:26.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:00
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

Os governos federal e de Minas Gerais montaram uma intensa operação para garantir que o leilão de concessão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, seja realizado no dia 22 deste mês e tenha sucesso. “Conversei com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, na última quarta-feira (6), e ela me garantiu que está empenhada para que haja concorrentes ao leilão de Confins”, afirmou ao Hoje em Dia o governador Antonio Anastasia.   O esforço concentrado é para que haja operadores no mercado interessados na disputa por Confins, considerado menos atrativo do que o Aeroporto Antônio Carlos Jobim, o Galeão, no Rio, e que também será concedido à iniciativa privada no dia 22. “Estamos confiantes de que terá candidato”, disse o subsecretário de Assuntos Estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), Luiz Antônio Athayde, responsável pelo programa aeroportuário do governo mineiro. “Confins tem passageiros e carga. O que falta é infraestrutura”, diz.    Segundo ele, diariamente, pelo menos mil pessoas saem de Confins para embarcar em voos internacionais em aeroportos no Rio e em São Paulo. Além disso, de toda a mercadoria exportada por Minas, hoje, apenas 9% deixam o Estado de avião. O restante, 91%, segue de caminhão para ser embarcado em São Paulo.    Especialistas no mercado, porém, temem que o leilão de Confins não seja bem sucedido, assim como ocorreu com a BR-050. Uma fonte que acompanha de perto o processo de concessão dos aeroportos disse que, para viabilizar a concorrência, estariam sendo estudadas duas hipóteses: ou a redução do valor de outorga, fixado em R$ 1,1 bilhão, conforme orientação do Tribunal de Contas da União (TCU), ou a extensão do prazo para construção da segunda pista, prevista para 2020, e cuja obra é orçada em cerca de R$ 1 bilhão.    Para Athayde, essa não seria uma saída satisfatória. “Para alterar essas regras, seria necessário mudar o edital, o que implicaria no adiamento do leilão. A intenção é que o certame aconteça”, diz.    Gigantes do setor confirmam interesse   Até agora, a 15 dias do certame, pelo menos três empresas já manifestaram publicamente interesse no aeroporto internacional de Belo Horizonte – Odebrecht Transport, Ecorodovias e Andrade Gutierrez.    Em nota enviada ao Hoje em Dia, a Odebrecht Transport confirmou que está interessada em Confins, assim como também pretende participar da briga pelo Galeão. A empresa firmou parceria com a asiática Changi Airports International, mesma operadora de Cingapura, por onde passaram cerca de 50 milhões de passageiros em 2012. O aeroporto de Changi foi apontado como o melhor do mundo em 2013 pela consultoria britânica Skytrax.    Também é forte a possibilidade de a administradora de concessões Ecorodovias participar da licitação. Em evento recente em Belo Horizonte, o diretor de Finanças e Relações com investidores da administradora de concessões Ecorodovias, Marcello Guidotti, admitiu a pretensão de disputar Confins em parceria com a Fraport, operadora de aeroportos alemã. Juntas, as duas disputaram o leilão de Guarulhos, mas perderam na fase final de lances.    A Andrade Gutierrez, uma das controladoras da CCR, também já acenou neste sentido. Na quinta-feira (7), porém, a companhia não quis comentar o assunto.   Para o professor do curso de Ciências Aeronáuticas da Fumec, Rogério Parra, o que moverá o interesse das empresas será a possibilidade real de lucro.

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