ECONOMIA

Para o comércio de BH, Selic a 15% é ruim; para o de São Paulo, medida necessária

Federação paulista pontua, porém, que país permanece sem uma âncora fiscal sólida que estabilize os preços a longo prazo

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 17/09/2025 às 19:45.
 (TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL)
(TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL)

A manutenção da Selic em 15% não foi bem recebida pelo setor de comércio e serviços da capital mineira. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), a decisão do Banco Central revela a ineficiência do ciclo de aperto monetário praticado desde o fim de 2024. Os resultados seriam consumo sufocado e freio nos investimentos, além de geração de empregos comprometida. Já a Federação do setor em São Paulo (Fecomércio) avalia que a decisão é difícil, mas necessária.

Em nota, a Fecomércio destacou que ainda que a inflação esteja desacelerando (ficou em 5,13% no acumulado até agosto) e que a atividade econômica dê sinais “claros” de enfraquecimento (IBC-Br, prévia do PIB, de agosto, caiu 0,50%), o Copom manteve, “acertadamente”, a taxa básica de juros do Brasil em 15% ao ano porque a conjuntura do país está longe de ser tranquila.

“Primeiro porque a inflação dos serviços segue bem acima dos patamares saudáveis, como o grupo de alimentação fora do domicílio que, no escopo de medição do IBGE, permanece na casa dos 6% no acumulado dos 12 meses. Isso significa que a demanda permanece alta mesmo com a política monetária mais firme”, diz a nota.

Além disso, a Fecomércio ressalta o fator fiscal. O governo apresentou uma proposta de orçamento para 2026 (LOA) com uma elevação significativa da arrecadação pública, mas não apontou contenção dos próprios gastos.

CDL vê mais perdas que ganhos

Na avaliação do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH (CDL/BH), o alto patamar dos juros sufoca o consumo, freia os investimentos e compromete a geração de empregos no varejo e nos serviços. “Ainda que outros cenários da economia apresentem resiliência, como o mercado de trabalho, a manutenção da taxa cria um gargalo no consumo a médio prazo. Já temos um cenário de crédito mais caro e aumento da inadimplência”, opina Marcelo de Souza e Silva.

O dirigente destaca ainda a urgência de um plano monetário capaz de reduzir as consequências do aperto sofrido ao longo dos últimos meses. “Precisamos de medidas que devolvam confiança, ampliem o acesso ao crédito e garantam fôlego para o setor produtivo. A manutenção até contribui para o controle da inflação, porém é prejudicial ao crescimento econômico do país”, pontua.

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