Custo de vida

Preço da cesta básica em BH bate recorde ao atingir maior valor em 28 anos

Leíse Costa
leise.costa@hojeemdia.com.br
05/04/2022 às 18:48.
Atualizado em 05/04/2022 às 18:57
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

A cesta básica em Belo Horizonte fechou março custando R$ 695,41, no maior valor já registrado na capital desde 1994, quando se iniciou o levantamento dos itens pelo Ipead (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais) ligado à UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

O valor é 7,76% mais caro em comparação com fevereiro e equivale a 57,38% do salário mínimo vigente no país, que é de R$1.212. No acumulado do último ano, o aumento foi de 25,91%, quando o custo da mesma cesta era de R$552,32.

O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (5) pelo Ipead. “Estamos falando de um valor praticamente de R$700. É um número muito impactante, considerando que é uma cesta composta por 13 produtos básicos na mesa do consumidor que, infelizmente, apresenta esse descompasso inflacionário muito grande”, diz Eduardo Antunes, gerente de pesquisa do Ipead.

Os principais produtos responsáveis pelo aumento do último mês foram o tomate santa cruz, que teve alta de 29,9% entre fevereiro e março, a banana caturra, com aumento de de 23% e o pão francês que subiu 5,81%.

“O pão,um alimento muito consumido pelas famílias, foi o terceiro aumento mais importante, basicamente porque nossa farinha é importada e por ser tabelada em dólar, moeda que estava em alta, o preço reflete à época que a farinha foi comprada”, explica Eduardo.

Outros aumentos que impressionam são o óleo de soja (+18,29%), leite pasteurizado (+6,60%), o feijão carioquinha (+6,33%) e a manteiga (+4,48%).

Gasolina e gás de cozinha preocupam

 O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que monitora o gasto das famílias na capital, também subiu 1,39% em março, pressionado pelo aumento de 24,9% na gasolina e 16% do gás de cozinha, anunciado pela Petrobras no dia 10 de março.

A pesquisa aponta que a gasolina teve alta de 7,11% no último mês na capital mineira, seguido do gás de cozinha que está 7,27% mais caro e do automóvel novo que subiu 7%.

Para Eduardo, o cenário é de preocupação. “Um aumento desse nível em um insumo básco como o gás de cozinha vai causar um grande problema no orçamento das famílias de menor poder aquisitivo que vão ter um grande desafio para tentar equalizar os gastos”.

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