Preço das passagens aéreas encarece, mas não esfria demanda por viagens mesmo na pandemia

Leíse Costa
leise.costa@hojeemdia.com.br
27/01/2022 às 20:15.
Atualizado em 30/01/2022 às 01:07
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Desde o início da pandemia os preços das passagens aéreas oscilaram entre os extremos. O preço médio das tarifas foi de R$364,64 – recorde de queda em 2020, ano considerado perdido para o setor de turismo –, para R$529,93, o valor mais alto desde 2013, segundo o último Relatório de Tarifas Aéreas Domésticas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De acordo com o relatório, o aumento de 45,3% foi puxado pelo valor do litro do querosene de aviação, que ficou 56,6% mais caro no final de 2021. Na prática, agências de viagens consultadas relatam altas ainda maiores.

Daniel Toledo, vice-presidente da Abav-MG (Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais), relata que, em janeiro, as oscilações de passagens aéreas mantiveram um padrão de 30 a 50% mais caras que em 2019, mas, ainda assim, o volume de viagens já alcança cerca de 80 a 90% do mercado no período pré-pandemia. “As pessoas não deixaram de viajar por causa da Ômicron; o que elas estão fazendo é remarcar as viagens após testar negativo. O mercado doméstico está muito aquecido devido os protocolos impostos em voos internacionais e uma demanda reprimida muito grande por viajar”, diz. 

Empresária do setor de turismo, Karla Passos afirma que as compras de passagens para Porto Seguro, um dos principais destinos de janeiro, variaram 88% entre julho do ano passado e agora. “As primeiras eu comprei por R$790 e as últimas já estavam custando R$1.490”, diz. Em comparação com janeiro de 2021, ela encontrou a tarifa para o mesmo destino por R$490, e este não é o único exemplo. “Desde junho do ano passado, os preços oscilam muito. Entrei em sites de companhias aéreas todos os dias de janeiro, já aconteceu de cotar um valor num dia para a cliente e no outro estava R$300 mais caro”, afirma. 

Fernanda Oliveira, dona da Viagens Plus, de Belo Horizonte, relata que até houve curto momento de janeiro de queda nos preços das tarifas, mas a alta demanda fez desaparecer os valores promocionais. A regra é passagens, no mínimo, 33% mais caras. “É uma junção de demanda reprimida e remarcações. O mesmo pacote com tudo incluso para Salvador que custava R$ 5.000 em outros janeiros, agora custa R$9.000”, afirma

Segundo o presidente da Abav-MG, que também é proprietário de agência de viagens, a média de diárias nos hotéis também está 12% mais cara em 2022 em relação a janeiro de 2021. De acordo com ele, o setor está otimista com o turismo enquanto a sede por viagens continuar; o problema é o rescaldo. “No curto prazo, estamos atendendo uma demanda reprimida grande, mas, daqui a pouco, isso se estabiliza. Há uma preocupação a longo prazo porque a alta inflação impacta no bolso das famílias, diz.

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