Presidente do Banco Central diz que fará o necessário para manter inflação controlada

Agência Brasil
12/08/2021 às 13:17.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:40
Campos Neto, presidente do Banco Central (José Cruz/Agência Brasil )

Campos Neto, presidente do Banco Central (José Cruz/Agência Brasil )

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a afirmar nesta quinta-feira (12) que a instituição financeira fará “o que for preciso” para manter a inflação dentro das metas estabelecidas.

“Vamos usar todo instrumento existente, na medida em que for preciso, para que as inflações fiquem ancoradas no médio e longo prazo”, afirmou o presidente ao participar do 33º Congresso Nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).José Cruz/Agência Brasil / N/A

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a afirmar nesta quinta-feira (12) que a instituição financeira fará “o que for preciso” para manter a inflação dentro das metas estabelecidas

A mensagem, segundo ele, tem o objetivo de tranquilizar o mercado quanto à capacidade do Brasil de manter a estabilidade fiscal em meio a “sucessivos choques” que vêm afetando a economia global.

“Entendemos que, quando o BC passou uma mensagem mais dura em relação a isso, as inflações implícitas de longo prazo, que estão muito ligadas à percepção fiscal, começaram a cair. Por isso é tão importante passar a mensagem de credibilidade fiscal para os agentes econômicos”, acrescentou. Ele ressaltou que grandes investidores estão atentos ao grau de endividamento dos países emergentes, dentre os quais, o Brasil, cuja dívida pública já vinha crescendo antes mesmo da pandemia.

“O Brasil é um país altamente endividado. E há uma percepção de piora fiscal, uma expectativa quanto ao que o Brasil vai fazer para voltar aos trilhos do equilíbrio fiscal. Qualquer notícia que leva os agentes econômicos a entenderem que há uma desestabilização fiscal, isso tem efeito nas variáveis macroeconômicas, o que tem influência na recuperação do crescimento econômico”, disse Campos Neto. Ele mencionou que, devido a esse contexto, as taxas de juros vêm subindo em vários países, incluindo o Brasil. 

No último dia 4, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, de 4,25% para 5,25% ao ano, a fim de tentar conter a escalada inflacionária no país, puxada pelo aumento da inflação de alimentos, combustíveis e energia. 

Ainda assim, o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central no último dia 9, mostrou que as principais instituições financeiras elevaram de 6,79% para 6,88% a previsão de inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) para este ano. O boletim traz a pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central, com a projeção de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

A estimativa ultrapassa a meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,75%, com 1,5 ponto percentual de tolerância, ou seja, entre 2,25% e 5,25%. Para 2022 e 2023, a meta é 3,25% e 3%, respectivamente, com 1,5 ponto de tolerância. 

Vacinas

O presidente do Banco Central reconheceu que, em termos macroeconômicos, o Brasil continua sendo impactado pelos efeitos da pandemia de Covid-19, mas frisou que, com o avanço da vacinação da população, a atividade econômica vem sendo gradualmente retomada.

“Quando comparamos o número de casos (de pessoas infectadas recentemente pelo novo coronavírus) com o número de óbitos, (vemos que) a vacinação é muito efetiva e é a saída que imaginávamos que proporcionaria a reabertura da economia”, disse, citando dados internacionais que, segundo ele, atestam a eficácia dos imunizantes.

“Os óbitos geram medo e reduzem a mobilidade, sendo responsáveis pelos efeitos da pandemia que temos visto na economia. Com a mortalidade caindo, nas próximas semanas, o fator fundamental (para o sucesso da campanha de imunização) não será tanto a disponibilidade de vacinas, mas, sim, a rejeição a elas. No Brasil, esse índice é relativamente baixo e, na medida em que a vacinação aumente, nosso percentual de pessoas vacinadas ultrapasse os de outros países onde, apesar da maior disponibilidade de vacinas, a rejeição é mais alta”, acrescentou.

Leia mais:
Motos terão isenção de pedágio em cinco rodovias federais que cortam Minas; veja quais
Nascidos em agosto podem sacar 4ª parcela do auxílio emergencial
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por