Produtor aposta em qualidade para ampliar negócios

Raul Mariano - Hoje em Dia
09/06/2015 às 08:49.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:24
 (Editoria de Arte)

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O bom desempenho do agronegócio, na contramão dos demais setores produtivos, tem impulsionado planos para expansão do café brasileiro no mercado internacional. No primeiro trimestre do ano, enquanto a indústria em geral amargou nova queda, a atividade agrícola cresceu 4% impulsionada pela safra de grãos.

O alvo brasileiro agora é a China, maior mercado consumidor do mundo, e importante comprador de produtos brasileiros como soja e minério de ferro. Credenciais de qualidade para o café mineiro não faltam. A produção do Alto Parnaíba ganhou o Prêmio Ernesto Illy em 2014, principal premiação do setor no país.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, explica que o potencial do café brasileiro já está comprovado no mercado internacional.

“Quando entramos no Japão, eles não consumiam café, apenas chá. Hoje eles compram quase 10 milhões de sacas anualmente. Por isso, temos essa esperança de chegar à China, onde teremos um mega mercado”, diz.

Esforços para uma aproximação das entidades representativas do setor cafeeiro com grandes empresas internacionais já estão acontecendo. De acordo com Simões, uma reunião com executivos da rede de fast food canadense Tim Hortons já está agendada e contará com o apoio da ministra da Agricultura, Kátia Abreu.

Expectativa

“Os donos já nos disseram que apenas 30% do café que utilizam é comprado do Brasil. Nós vamos buscar aumentar esses percentuais porque podemos atendê-los tanto em qualidade quanto em quantidade”, explica.

Apesar da queda de mais de 25% no preço médio da saca de café em 2014 na comparação com 2013, a expectativa do secretário de Agricultura de Minas Gerais, João Cruz Reis Filho, é de recuperação.

“Há uma sinalização do mercado de que haverá um déficit de café no mundo em função da queda de produção nos últimos dois anos. Por isso, o produtor está mantendo o café em sua propriedade e aguardando melhores oportunidades de venda”, explica.

Uma das apostas do setor é a Semana Internacional do Café, que acontece em setembro, em Belo Horizonte, e promete gerar R$ 25 milhões em negócios diretos. “Hoje nós produzimos um dos melhores cafés do mundo. Essa feira tem o papel de apresentar esse produto para os compradores internacionais”, avalia o diretor da Faemg, Breno Mesquita.

Minas deve produzir 23,3 milhões de sacas de café em 2015, segundo projeções da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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