Logotipo Rádio HED

Redação: (31) 3253-2226

Comercial: (31) 3253-2210

Redação: (31) 3253-2226 - Comercial: (31) 3253-2210

SEU BOLSO

Quem tem dívidas deve fazer investimentos? Especialista sugere o que fazer com seu dinheiro

Avaliar a natureza da dívida e os juros é fundamental antes de dar o primeiro passo

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 27/06/2025 às 07:30.

Uma pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL) aponta que a inadimplência entre os consumidores da capital cresceu 2,81% em comparação ao mesmo período de 2024. Entre os fatores que contribuíram para o avanço estão juros elevados, inflação persistente, priorização de contas básicas e uso intensivo do cartão de crédito. Se o nível de endividamento está em alta, como pensar em investimentos?

Segundo o Raio X do Investidor Brasileiro feito pela Anbima, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, em parceria com o Datafolha, a maioria da população (63%) ainda está fora desse universo das aplicações financeiras que ajudam a fazer o dinheiro render. Entre os que aplicam, a poupança segue sendo o destino mais comum.

Camila Poltronieri Flaquer, Head de Cobrança Digital (B2C) da Recovery, empresa do Grupo Itaú focada em recuperação de crédito no Brasil, "avaliar a natureza da dívida, os juros envolvidos e o tipo de aplicação faz toda a diferença para tomar a melhor decisão” sobre investir mesmo com contas em atraso. 

Quando vale a pena reservar dinheiro, mesmo com dívidas? 

Facilmente quem está com o orçamento apertado imagina que investir é um luxo, mas ter uma pequena reserva pode ser justamente o que impede o endividamento de virar uma bola de neve, ressalta a especialista. “Dentro do possível, é importante manter uma quantia mínima reservada para emergências. Essa quantia pode evitar que imprevistos gerem dívidas”, explica Camila. Segundo ela, “guardar R$ 20 ou R$ 30 por mês já é um começo. Além de trazer segurança, essa prática ajuda a criar o hábito do planejamento financeiro”.

Entre as alternativas para quem deseja dar os primeiros passos estão produtos como o Tesouro Direto, que aceita aplicações a partir de R$ 30, e a poupança, que tem rendimento menor. Na dúvida, vale priorizar investimentos que permitam resgatar o valor total ou parcial aplicado com rapidez e segurança, caso seja necessário em caso de emergência.

Se a dívida tem juros altos, é melhor pagar o quanto antes

O apego ao dinheiro investido pode atrapalhar decisões racionais, afinal, ver o saldo da aplicação crescer é motivador. No entanto, se a pessoa tem dívidas com juros muito altos, como o cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito, priorizar o investimento pode custar mais caro. 

Os juros dessas modalidades costumam ultrapassar os rendimentos médios de qualquer aplicação conservadora, e até mesmo de algumas mais arriscadas. Nesse caso, sacar o valor aplicado para quitar a dívida tende a ser a opção mais vantajosa, destaca a especialista.

Quando vale mais a pena investir do que antecipar parcelas?

Financiamentos de longo prazo, como os de veículos ou imóveis, geralmente apresentam juros mais baixos que outras modalidades de crédito. Com isso, ao receber um valor extra (como o 13º salário), pode surgir a dúvida: é melhor aplicar o dinheiro ou antecipar parcelas?

A escolha dependerá de alguns fatores: o financiamento oferece desconto ao antecipar parcelas? A antecipação ajudaria a diminuir o valor final pago ou traria tranquilidade financeira no curto prazo? Por outro lado, se o investimento escolhido render mais que o custo da dívida, mesmo considerando o imposto de renda sobre o rendimento, talvez valha mais deixar o dinheiro aplicado.

“Comparar a taxa de juros da dívida com o rendimento estimado do investimento, incluindo os impostos descontados, é essencial. Com isso, dentro do possível, a dica é priorizar o pagamento das dívidas, já que manter pendências financeiras pode comprometer parte da renda mensal das famílias, além de gerar a negativação em órgãos de proteção ao crédito e outras dores de cabeça futuras”, conclui Camila Flaquer.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por