Quase três anos após ter as atividades suspensas por causa da tragédia que matou 19 pessoas em Mariana, na região Central de Minas, a Samarco voltará a operar. Os inícios dos trabalhos estão previstos para os primeiros meses de 2020. A informação foi passada nesta terça-feira (19) pelo presidente da Vale, Fabio Schvartsman.
Conforme o executivo, a expectativa é que as operações comecem com um terço da capacidade de produção e sejam incrementadas "lentamente". "Falta licença de operação (para Samarco), mas todos os indícios são de que não existirão problemas e, no início de 2020, será possível reiniciar a operação", informou.
O presidente da Vale participou do FT Commodities, no Rio de Janeiro, e, durante o evento, disse que a mineradora já desembolsou R$ 5,3 bilhões com indenizações referentes ao desastre. Esse montante, segundo Schvartsman, não representa nem a metade do que deve ser gasto para compensar as pessoas prejudicadas pelo acidente.
"A percepção por causa do acidente da Samarco foi muito ruim. Mas o que podemos fazer? Todos lamentamos muitíssimo, mas temos que seguir em frente. Nossa fundação tem o objetivo de indenizar os afetados pelo acidente. É importante enfatizar que foi uma opção, porque, se quiséssemos, podíamos deixar por conta do judiciário, que é lento. Mas fizemos o contrário", destacou.
O executivo também comentou que negocia com a BHP, sócia da Vale na Samarco, a composição da mineradora para retomar a operação. "É muito mais importante ter esse recomeço do que saber quem vai administrar a empresa".
Acidente
O rompimento da barragem ocorreu no dia 5 de novembro de 2015, em Mariana. O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do Brasil. Cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração foram liberados no ambiente, devastando vegetação nativa e poluindo o Rio Doce até a sua foz. Comunidades também foram destruídas e 19 pessoas morreram.
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