Mercado em euforia

Setor de eventos bomba neste ano e compensa perdas geradas pela pandemia

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 16/08/2022 às 06:00.
Após quatro anos sem acontecer, Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) recebeu mais de 40 mil pessoas em quatro dias de evento, no Minascentro (Adao de Souza/PBH/divulgação)

Após quatro anos sem acontecer, Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) recebeu mais de 40 mil pessoas em quatro dias de evento, no Minascentro (Adao de Souza/PBH/divulgação)

Depois de dois anos sem a realização de eventos em função da pandemia de Covid-19, o mercado e o público mineiros estão sedentos por feiras, exposições e shows. A agenda de negócios está agitada e a visitação e vendas estão bombando. No caso de shows, os ingressos, mesmo com preços nas alturas, se esgotam rapidamente.

O mercado de eventos envolve festas, alegria e descontração, mas vai muito além de entretenimento. O setor também é importante gerador de empregos e tem contribuído para a recuperação econômica do país.

É o que defende Doreni Caramori Júnior, presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), que representa as empresas do setor.

“Evento de cultura e entretenimento é investimento. Quem só tem acesso ao produto final precisa entender que milhares de cidades pelo país aumentam a arrecadação e devolvem para a sociedade em forma de serviços públicos de qualidade”, aponta.

Só na Expocachaça, realizada na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte, o volume de negócios chegou a R$ 15 milhões nos quatro dias de evento – de 4 a 7 de agosto –, segundo os organizadores. 

“Ficamos felizes de fazer parte desse movimento de eventos em Belo Horizonte e gerar empregos, negócios e entretenimento para a cidade”, afirma José Lúcio Ferreira, organizador da feira. Segundo ele, a lotação foi máxima – tanto de estandes quanto de público – e só não tiveram mais expositores por falta de espaço. Foram 150 empresas participantes e público estimado em 20 mil pessoas.

A representante da Abrape em Minas Gerais, Priscilla Machado, destaca que os resultados dos eventos em 2022 irão superar os números do ano passado, quando já havia sido registrado crescimento de 8,8% em relação ao período pré-pandemia.

“A euforia está em alta. O público está com sede de entretenimento e Belo Horizonte é hoje uma praça cotada para todos os eventos”, ressalta.

QUADRINHOS
A capital também foi palco, neste mês, do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), que aconteceu no Minascentro. O espaço foi pequeno para o interesse dos expositores e dos apreciadores – de todas as idades – dos gibis.

Após quatro anos suspenso, o evento, organizado pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, teve 350 quadrinistas distribuídos em 190 estandes, com oportunidade de participar de mesas de negócios com 13 editoras de todo o Brasil. 

“Estamos retomando a todo vapor. Em setembro teremos a Virada Cultural e, em novembro, o Festival Internacional de Teatro”, afirma Afonso Andrade, assessor da Diretoria de Políticas de Festivais da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, organizador do evento.

A capital ainda tem grandes shows programados para este ano, como Guns N’Roses, Demi Lovato, Caetano Veloso e Chico Buarque, e já viu apresentações de Metallica, no Mineirão, e A-ha, no Expominas. Sem contar com exposições já tradicionais, como a do Cavalo Mangalarga Marchador.

A secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, avalia que há um ânimo injetado entre os produtores culturais, com uma agenda muito sólida na capital mineira. “O FIQ foi um sucesso extraordinário, com engarrafamento próximo ao Minascentro, filas surpreendentes e um público de mais de 40 mil pessoas”, diz.

Para ela, tudo isso é resultado de um momento de reencontro do público com o espaço presencial, com uma resposta de público que está sendo muito boa. “BH tem, historicamente, uma resposta muito boa de público. O que estamos vendo é surpreendente, com os eventos todos esgotados ou cheios e uma programação muito diversa e intensa”.

Segundo a Abrape, o setor fatura R$ 334,2 bilhões (4,52% do PIB) por ano e envolve 6,2 milhões de pessoas, entre empregadores, empregados e microempreendedores individuais (MEIs). Representa um total de 647.828 empresas, 2.460.555 MEIs, que movimentam R$ 62,4 bilhões em massa salarial e R$ 41,9 bilhões em impostos federais.

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