
A siderurgia - dedicada à produção e tratamento de ferro e aço - será o setor mais afetado em Minas pelas tarifas de 50% nas exportações brasileiras aos Estados Unidos, disse nesta quinta-feira (10), o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe. No entanto, o tarifaço anunciado por Donald Trump na quarta (9) e previsto para valer a partir de 1º de agosto deve provocar impactos negativos que vão se espalhar por todo o Estado.
Flávio Roscoe demonstrou preocupação. Segundo ele, a medida representa uma ameaça direta às exportações mineiras, podendo causar prejuízos significativos à economia nacional. “Com uma tarifa de 50%, não há produto que consiga competir. As exportações deixam de existir”, afirmou.
Para a Fiemg, redirecionar a produção para outros mercados internacionais é extremamente difícil, o que agrava a situação principalmente do setor siderúrgico. Roscoe destacou que a cadeia agroindustrial do café também será impactada, mesmo com maior flexibilidade para buscar novos mercados.
O presidente da Fiemg defende o diálogo como única alternativa viável para evitar consequências ainda mais severas à economia. “Se isso está acontecendo, é porque há algum problema. O comportamento dos dois lados não está satisfatório. Todos têm seus argumentos, mas o melhor cenário ainda é o diálogo”.
Flávio Roscoe também alertou para os riscos de uma resposta brasileira com medidas de reciprocidade. Segundo ele, uma eventual retaliação elevaria os custos internos e prejudicaria ainda mais a população. “É fundamental que os governos sentem à mesa. Uma retaliação dificultaria a retomada de negociações no futuro”, concluiu.
Após o anúncio das tarifas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a medida será respondida com a Lei de Reciprocidade Econômica. Sancionada em abril, a norma estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira.
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