
Aposentar-se com dinheiro no bolso não é tarefa fácil. Afinal, devido às regras para o cálculo da aposentadoria pelo INSS, o natural é que contribuinte se aposente com um vencimento inferior ao salário recebido na ativa. A solução, portanto, seria poupar ao longo da vida. Mas, quanto?
Com algumas contas é possível encontrar a resposta, de acordo com o terapeuta financeiro e autor do livro Terapia Financeira (Editora DSOP), Reinaldo Domingos. O cálculo e a poupança podem mudar drasticamente a qualidade de vida do aposentado. Para melhor.
“Os sonhos devem ser incluídos na projeção da aposentadoria. O contribuinte não quer só pagar contas. Quer viajar, ter uma vida tranquila”, diz.
O primeiro passo é saber com qual idade uma pessoa pretende se aposentar. Depois, estimar quanto receberá ao se aposentar (normalmente, 50% do salário atual).
Ele explica que para que o contribuinte tenha uma aposentadoria “sustentável”, após a aposentadoria, o rendimento das aplicações do dinheiro poupado deve equivaler ao dobro do que a pessoa recebia como salário. Porém, a retirada deve ser de metade desse rendimento, ou seja, exatamente o que seria o valor do salário. O restante deve ser reinvestido para garantir a perenidade do investimento.
Assim, a fórmula consiste na multiplicação da idade pretendida para aposentadoria pelo que o contribuinte recebeu de salário no último ano. O resultado deverá multiplicado por 40% (percentual obtido por Domingos), chegando-se ao valor que deverá ser poupado até a aposentadoria. Uma planilha desenvolvida pelo especialista é a melhor maneira de fazer os cálculos.
Clique aqui e acesse a panilha
Um exemplo: se uma pessoa tem salário de R$ 5.000 e vai se aposentar com R$ 2.500, daqui a 30 anos, ela deverá poupar R$ 806.000,00 no período para complementar a renda. Parece muito, mas com o investimento correto e disciplina, o objetivo fica mais fácil.
Se nestes 30 anos essa pessoa investir mensalmente R$ 300 (esse montante deve ser aumentado anualmente em 10%) em uma aplicação com retorno de 0,8% ao mês (como vários títulos do tesouro direto), o montante ao final de 30 anos será de R$ 1.798.569,80. A previdência privada, que rende cerca de 0,7% ao mês, também é uma opção. Neste caso, o contribuinte irá resgatar R$ 1.512.590,71 em 30 anos.