(Ricardo Bastos)
O Terminal 3 do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, terá nesta terça-feira (1) o “Dia D”. Às 13h30, o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) vota o pedido de licença de operação do espaço, que está pronto para receber passageiros com destino ao exterior ou que chegam de fora do país.
O sinal verde do colegiado, que reúne representantes do poder público e da sociedade civil, é a última etapa para que a BH Airport, concessionária do aeroporto, possa transferir para lá todos os voos internacionais.
“Conforme a decisão do Copam, se os conselheiros concederem a licença de operação, em cerca de uma semana já podemos fazer a transferência de todos os embarques e desembarques internacionais para o Terminal 3”, afirma o gestor de Planejamento Operacional da BH Airport, Fernando Nicácio.
Conforme ele, os sete dias, aproximadamente, são necessários para que o Copam publique a portaria e comunique formalmente a decisão à concessionária. Também é necessária a mudança da área alfandegária do Terminal 1 para o novo endereço.
“Mas para isso basta dar entrada na Receita Federal. O processo é muito rápido”, afirma Nicácio.
O Hoje em Dia visitou nesta segunda-feira (31) o Terminal 3, construído onde antigamente funcionava o prédio voltado para a aviação geral (executiva). Remodelada, a área de 5,4 mil metros quadrados nem de longe lembra o apelido nada glamouroso de “puxadinho”.
O novo espaço conta com 19 balcões de check in, três esteiras maiores e capazes de processar um número elevado de malas, 12 cabines de imigração da Polícia Federal (no antigo espaço eram cinco) e quatro canais de inspeção de passageiros (contra dois). A loja Dutty Free terá o dobro do tamanho da atual e os passageiros poderão fazer as compras no free shop com mais tranquilidade, após os procedimentos de chegada na Receita Federal.
Com as melhorias, ainda segundo o gestor da BH Airport, será possível receber até quatro voos simultâneos. Nesta terça-feira (1), Confins recebe entre cinco e seis operações internacionais por dia. Porém, com a nova “casa”, a concessionária espera ampliar esse número. “A infraestrutura abre a possibilidade de desenvolvimentos de rotas. Ganhamos competitividade para fazer de Minas porta de entrada no Brasil”.
Viagens domésticas terão 40% mais espaço com transferência
Quando finalmente decolar, a transferência dos voos internacionais da área acanhada e pouco confortável do Terminal 1 para o Terminal 3 vai liberar 40% do espaço do setor de embarque e desembarque para viagens domésticas.
“Isso vai proporcionar mais conforto aos usuários”, afirma o gestor de Planejamento Operacional da BH Airport, Fernando Nicácio.
No dia seguinte ao da mudança, a concessionária já planeja começar a remoção de interferências e sondagem do solo, numa etapa que antecede o início das obras de construção do Terminal 2, atrasada em função da liberação de licenças. Pelo contrato, a concessionária teria que entregar o Terminal 2 até abril do ano que vem, o que não vai acontecer.
“Uma obra desse porte leva entre 12 e 14 meses. Pode ser que ela seja entregue aos poucos. Estamos negociando com os órgãos governamentais”, diz o executivo.
Atualmente, a concessionária aguarda a liberação da licença de instalação para começar os trabalhos, que devem demandar investimentos de R$ 750 milhões.
Assim que sair do papel, o Terminal 2 vai elevar a capacidade do aeroporto para 22 milhões de passageiros por ano. Ele se integrará ao terminal existente com 17 novas pontes de embarque e desembarque, totalizando 26 fingers.
O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), afirmou nesta segunda-feira (31) que a parceria com o setor privado nos aeroportos é um “caminho sem volta”
4,3 milhões de passageiros por ano é a capacidade do terminal 3. Prometida pela Infraero para a Copa de 2014, só agora a obra ficou pronta