Transição entre Tombini e Ilan Goldfajn deve ser gradual e levar cerca de 1 mês

Da Redação (*)
primeiroplano@hojeemdia.com.br
17/05/2016 às 10:48.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:28
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

(Wilson Dias/Agência Brasil)

O economista Ilan Goldfajn foi indicado hoje para a presidência do Banco Central. Ele terá que ser sabatinado e ter o nome aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e pelo plenário. O anúncio do nome foi feito pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Na condição de presidente do Banco Central, Goldfajn vai coordenar a política monetária e cambial do país.

Meirelles disse que continuará estudando com calma o cenário econômico e que a próxima decisão será relativa aos bancos públicos - Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia.

O ministro admitiu que alguns dos atuais gestores poderão ser mantidos. O ministro da Fazenda também disse que o atual secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, permanecerá no cargo. Otávio Ladeira será mantido na Secretaria do Tesouro.

Ilan Goldfajn tem experiência no setor público: exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do BC, entre 2000 e 2003, na gestão de Armínio Fraga. Goldfajn assumirá o cargo após passar por sabatina no Senado. Ele é economista-chefe do Itaú Unibanco, de onde é sócio.

No seu histórico profissional também está a diretoria do Centro de Debates de Políticas Públicas. Foi também diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Economia da Casa das Garças, entre 2006 e 2009, sócio-fundador da Ciano Consultoria (2008 e 2009), sócio-fundador e gestor da Ciano Investimentos (2007-2008) e sócio da Gávea Investimentos (2003-2006), onde foi responsável pelas áreas de pesquisas macroeconômicas e análise de risco.

Goldfajn é economista, com mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Atuou como consultor de organizações internacionais (como Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Nações Unidas), do governo brasileiro e do setor privado.

Repercussão

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, considera a escolha de Goldfajn positiva. “Acho um nome excepcional, muito qualificado com passagem pelo governo, com muitos trabalhos publicados, acadêmicos, na área de política monetária. Tem experiência do lado público e do lado privado. E acho que ele tem credibilidade com sobra para poder cortar os juros”, disse.

O professor de macroeconomia do Ibmec-RJ e economista da Órama Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Alexandre Espírito Santo também ressaltou a formação acadêmica de Goldfajn e a experiência no mercado financeiro e no BC.

“É um dos mais competentes e preparados economistas que o país tem. Já mostrou isso quando foi diretor do Banco Central e tem uma formação extraordinária, acadêmica. Tem muita experiência como economista e sócio do Itaú”, disse.

Para o professor do Ibemec, haverá uma transição “bem tranquila” no BC. “A atual equipe do Banco Central também é muito competente. Pode ter um pouco de divergência em termos de pensamento econômico, mas vai ser uma transição tranquila. Aliás, na minha cabeça parece que vai ser a única transição tranquila pela competência de ambos. Tanto de quem vai sai, quanto de quem vai entrar”, acrescentou Espírito Santo.

Transição

Ilan Goldfajn deixa o setor bancário para assumir o novo posto. Até a oficialização do convite pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Ilan ocupava o posto de economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco. Para assumir a nova posição, precisará passar por uma sabatina no Senado. A transição de cargo, com Alexandre Tombini, deve ser gradual e levar cerca de um mês. Tombini segue no comando do BC até a nomeação de Ilan, conforme Meirelles explicou durante entrevista coletiva à imprensa no anúncio da equipe econômica.


Economista, com mestrado pela PUC-Rio e doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), Ilan foi consultor do Banco Mundial, do FMI e das Nações Unidas, além do governo brasileiro e do setor privado.

Exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do Banco Central, entre 2000 e 2003, durante a gestão de Armínio Fraga, quando foi adotado o sistema de metas para a inflação. Foi também diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Economia da Casa das Garças (IEPE-CdG), entre 2006 e 2009, sócio-fundador da Ciano Consultoria (2008 e 2009), sócio-fundador e gestor da Ciano Investimentos (2007-2008) e sócio da Gávea Investimentos (2003-2006).

Em 1999, passou a fazer parte do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), atuando até o fim de 2008 como professor do Curso de Mestrado em Finanças Internacionais e em Macroeconomia. No FMI, sua atuação foi entre 1996 e 1999. Foi ainda professor assistente na Universidade de Brandeis, em Massachusetts, em 1995 e 1996, e membro do Conselho de Administração da Cyrela Commercial Properties de abril de 2007 a abril de 2013.

Ilan assume o cargo mais alto do BC aos 50 anos de idade. Em abril deste ano, em coluna publicada pelo jornal O Globo, defendeu que a autoridade monetária reduza a taxa básica de juros, a partir da observada trajetória de queda da inflação. Ponderou que o corte não deve ser feito no primeiro semestre, sob o risco de gerar "otimismos exagerados" no mercado financeiro. Para ele, é preciso primeiro garantir a redução da inflação.(*) Com agências

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