Varejo segura o repasse da desoneração da cesta

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
13/03/2013 às 10:33.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:50
 (Carlos Roberto/Hoje em Dia)

(Carlos Roberto/Hoje em Dia)

O consumidor que foi às compras nesta terça-feira (12) em busca de preços menores de produtos da cesta básica se frustrou. Em vigor desde o dia 9, a desoneração de impostos federais para oito produtos da cesta básica não chegou, pelo menos até agora, às prateleiras de açougues e supermercados.

Além de não ter aparecido na conta, a redução ainda deve ser menor do que a esperada pelo governo. O Palácio do Planalto previa uma redução de até 12,5%, mas, segundo o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, não deve passar de 8%.

“Os preços das carnes devem cair primeiro. As outras reduções aparecerão gradativamente, daqui a 10 ou 15 dias, dependendo do giro do estoque. Mas todos os produtos devem apresentar queda de até 8% na ponta do consumo”, afirma Rodrigues.

Além da carne de boi, podem ficar menos salgadas as carnes de frango, de porco e de peixe. Esses produtos tiveram zerados o Programa de Integração Social (PIS), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a Contribuição para Financiamento da seguridade Social (Cofins), assim como ocorreu com café, óleo, pão francês, manteiga, farinha de trigo, tomate e açúcar.

O governo ainda incluiu na cesta básica produtos de higiene pessoal, como sabonete, papel higiênico e pasta de dente, cujos impostos federais também foram cortados. Eles devem puxar a fila, junto com a carne, dos produtos que terão os preços reduzidos.

A demora no repasse da desoneração deixa os consumidores decepcionados. “Os preços variam de um lugar para o outro. Mas, de forma geral, são elevados. Não percebi redução alguma”, disse ontem a operadora de caixa Rita de Cássia Lima, após sair de um açougue no bairro Santa Tereza. Segundo o gerente do estabelecimento, as mercadorias são frescas, pois chegam todos os dias. “Mas o fornecedor ainda não deu um pio sobre baixar preço”, afirmou.
Em outro açougue, na avenida dos Andradas, a conta foi uma decepção para o motorista Wilson de Oliveira. “Comprei 1 quilo de frango e 1 quilo de contra-filé e paguei R$ 22, ou seja, a mesma coisa que na semana passada. Não deu para economizar nada”, lamentou.

Outra freguesa, a secretária Maria Conceição Alfredo, fez a compra do mês. Levou patinho, alcatra, costelinha, torresmo e lagarto. Mas pagou o de costume: R$ 145. “O custo de vida está muito alto. Vamos ver daqui para a frente, mas não tenho muita esperança”, disse.

Diante da realidade nos açougues e supermercados, o ministro Guido Mantega entrou em campo. Segundo ele, os setores da economia beneficiados com reduções de tributos que reajustarem de forma abusiva poderão ser punidos com reversão de medidas

 

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