A retomada das compras presenciais ainda não ocorreu em nível suficiente para frear a queda nas vendas do varejo brasileiro, que, de acordo com o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian, registraram queda de 1,6% em janeiro de 2022 na comparação com o mês anterior. O segmento de material de construção teve a maior baixa do mês, com -2,6%.
Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o indicador demonstra que o varejo físico ainda enfrenta dificuldades para retornar aos níveis de venda pré-pandemia. “Mesmo com a volta do consumo presencial, os empreendedores ainda encontram desafios para elevar nos níveis de vendas e manter um fluxo de caixa estável. O cenário instável de economia no país, a alta inflação e expressiva taxa de juros são fatores que não contribuem para essa recuperação”, disse.
Apenas três dos setores analisados apresentaram números positivos, com destaque para a comercialização de Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios, que teve variação mensal de 1,5%.
Para Rabi, isso mostra que o modelo de consumo da população brasileira segue sendo medido por meio da priorização de itens essenciais. “As pessoas continuam priorizando as compras e adiando supérfluos.”
O comparativo anual entre janeiro de 2022 e o mesmo período de 2021 também revelou queda, essa de 5,6%.
Na análise por segmento, apenas o de Móveis, Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Informática não registrou retração, crescendo 4,2%. O setor de Combustíveis e Lubrificantes, bem como o de Supermercados, Hipermercados, Alimentos e Bebidas, tiveram as baixas mais expressivas de 14,9% e 9,8%, respectivamente.