Vespa é arma no combate à lagarta que causa prejuízos bilionários a lavouras

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
21/12/2013 às 08:18.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:57

A lagarta que já causou prejuízos bilionários nas lavouras do país pode ser controlada por minúsculas vespas do gênero Trichogramma, criadas em laboratório. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o controle biológico da Helicoverpa com esses pequenos insetos é mais limpo, rápido e eficaz que o químico.

A praga ameaça mais da metade das áreas de produção agrícola do Brasil e tem alta infestação em Minas Gerais, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Fitossanidade da Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas, Ivan Cruz, diz que a vespa é o principal agente para controlar os ovos da helicoverpa. Como as vespinhas se alimentam do ovo da praga, elas devem ser liberadas no campo no máximo três ou quatro dias após a constatação da infestação. O manejo integrado não erradica, mas reduz a população da helicoverpa para um nível em que não causa prejuízo.

“A liberação desse agente de controle biológico deve estar associada com uma armadilha contendo feromônio sexual que, ao ser utilizado no campo, serve para detectar a chegada da mariposa na área-alvo e indicar a época de liberação. A armadilha e o feromônio sexual já estão disponíveis no mercado brasileiro”, diz o pesquisador.

Fábrica de vespas

No Brasil, também já há biofábricas industriais das minúsculas vespas. Segundo ele, só uma empresa já vendeu vespinhas para mais de um milhão de hectares.

“Quando o produtor solta as vespas na fazenda, elas identificam onde está a praga, vão voando até os ovos e colocam seu próprio ovo ali. Esse ovinho da vespa dá origem a uma pequena lavra que se alimenta do ovo da helicoverpa, eliminando assim o dano causado à plantas”, explica.

Cruz afirma que o agricultor que faz a opção pela vespa, em lugar do inseticida, protege sua lavoura de outras pragas também. “O efeito químico afeta insetos benéficos, como joaninha, tesourinha, bicho lixeiro e marimbondos, que acabam eliminados com os defensivos agrícolas”, diz.

A Embrapa já mantém fábricas de vespas. Produtores podem procurar a entidade para receber treinamento e instruções para construir a própria fabriqueta na fazenda.

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