Livros de ata das reuniões de professores estavam guardados no arquivo morto da Escola Guignard da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e chegaram às mãos da nova diretoria da escola nesta semana. Assinaturas do mestre, ofícios escolares, diretrizes para ensino, muitas delas propostas por Guignard e demais pendências podem ser vistas.
Os registros representam um período crucial para as artes em Minas, que teve em Guignard, um de seus principais expoentes para a mudança da forma de pensar de gerações de artistas. Entre os nomes podem ser citados Amilcar de Castro, Yara Tupynambá, Petrônio Bax.
“No dia 25 de junho de 1962, desapareceu o mestre Guignard”, lê um dos trechos das atas, a diretora da escola, Ana Cristina Brandão. Registrado em setembro do mesmo ano, a ata estabelece que esta também é a data que a escola lembra o falecimento de seu fundador.
Instituto Belas Artes
Na época, a escola se chamava “Instituto de Belas Artes” e em seguida, passou a se chamar “Escola de Belas Artes de Belo Horizonte”. Hoje, tem o nome do seu fundador. “Temos uma série de intenções para estudar estes documentos”, prevê a diretora.
Neste período sob a batuta de Guignard, saíram da escola gerações de artistas que até hoje figuram nas artes brasileiras e até mesmo mundiais.
Vice-diretor da escola, Carlos Wolney Soares, desenvolve pesquisa sobre a “Escola Guignard sem Guignard”, focando justamente os reflexos de sua metodologia para outros artistas.
“Ele deixou um método de ensino da ‘liberdade com disciplina’, que é revolucionário. A disciplina é um procedimento buscado para evitar deslizes. A busca pela liberdade tem um método. Não se ensina a pintar. Ensina-se a utilizar sua experiência e organizar o olhar antes deste processo”, explica Soares.
