O nome científico é “ruta graveolens” e até William Shakespeare a chamou de “a erva sagrada dos domingos”, em um trecho de Hamlet. Mas a arruda ficou conhecida mesmo por seus poderes medicinais e, reza a lenda, por proteger quem a usa de mau-olhado e outras coisas, que bruxas do mundo do faz de conta aprontam na terra dos comuns mortais. “O raminho de arruda”, de Bel Assunção Azevedo, conta uma divertida história e as viagens que o raminho faz durante vários dias.

Tudo começa quando um pezinho de arruda, nascido em um canteiro, é descoberto por Dona Zizi, que logo sente o cheiro gostoso. Ela ia usar como tempero, mas um rapaz apressado e atrapalhado foi esperto demais e logo arrancou a arruda de suas mãos.

Distraído, o moço tinha um furo no bolso, que deixou escapar a preciosa arruda. Ela continuo sua viagem naquela cidade grande, de gente apressada, preocupada, com dor, com esperança.

Até uma garota, de olhos sempre atentos, achou o raminho, logo guardado pela mãe. A menina esperta costumava acordar muito à noite e a arruda ajudaria no sono tranquilo.

O raminho cumpriu a missão, mas de manhã já estava em outro lugar, levado pelo vento, pelo acaso. Mas era sempre descoberto por alguém. Bastava sentir o cheiro e vinham as lembranças de seu poder - de curar, de dar sorte, de espantar azar. Pensando bem, o raminho de arruda ajudou muita gente nessa caminhada, outras nem sequer chegaram a segurar por minutos a erva.

Apenas sentiram o perfume e sabe-se lá por que, logo se encheram de esperança.

A autora fez um livro em prosa, movido a rimas, e mostra um pouco das crenças e utilidades da arruda em nossa cultura.

Faz isso de um jeito divertido, criando personagens e pequenas histórias para a plantinha que todo mundo quer e pouca gente tem.

O Raminho de Arruda
Autora: Bel Assunção de Azevedo
Ilustrações: Simone Matias
32 páginas - R$ 34,00
Editora Caramelo