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Quarta-Feira,24 de Abril

A perspicácia da atriz e produtora Simone Zucato

Patrícia Cassese/Hoje em Dia
29/08/2014 às 08:58.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:59

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Foi graças ao tino de Simone Zucato que o público brasileiro está tendo a oportunidade de conferir o texto . Para muitos, pode ser surpreendente que uma atriz - atividade mais comumente relacionada a um universo mais lúdico - possa conciliar com desenvoltura o lado do empreendedorismo, mais pragmático. Ela própria admite: "Dá sim, para administrar essas duas facetas, mas é difícil, confesso. Muitas vezes, no decorrer da 'Toca', pensava: 'Meu Deus, por que eu não sou apenas uma atriz convidada a fazer uma peça?', porque lidar com questões administrativas, financeiras e, ao mesmo tempo, me permitir criar, atuar, foi um pouco complicado. Tinha sempre um cantinho do meu cérebro que não desligava das obrigações e das preocupações como produtora e idealizadora deste projeto. Produzir uma peça é algo trabalhoso e as pessoas muitas vezes não sabem nem quem é o produtor, a não ser que haja algum problema. Hoje, acredito que todo ator deveria viver esta experiência, para entender como é estar num palco e ter pessoas lá, na coxia, que ralam igualmente para permitir que uma história seja contada".

Por outro lado, Simone frisa não ser uma atriz do tipo que fica esperando convites. "Claro que eu quero que me deem uma oportunidade boa, que me permita crescer - todo ator quer! - , mas as chances delas aparecerem sem você mostrar seu trabalho e com a concorrência que uma atriz hoje tem, são menores.  Então aprendi a lidar com isso e assumo essas duas facetas, porque é uma forma mais completa de construir uma carreira sólida e estar sempre trabalhando", completa.
Especificamente sobre o texto que a traz agora a Belo Horizonte, Simone diz ser "muito humano". "Mostra algo que pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer país. Tem momentos mais introspectivos e outros em que a plateia ri muito, assim como é na vida". E é justamente ao poderio do texto que ela credita o fato de ter reunido um grupo tão respeitável em cena. "A história, o que ela transmite. Um ator se sente estimulado quando ele sabe que vai fazer o público sair pensando, e mais ainda que pode mudar algo na vida das pessoas. Acho que esse texto faz isso. São colegas incríveis, com quem aprendi e aprendo muito. Sou muito grata por eles fazerem parte desta família".

Instada a dizer se emprestou algum traço de sua personalidade à sua personagem, Isa, ela ri. "A Isa é bastante diferente de mim. A primeira vez que vi o texto pensei: é essa personagem que quero fazer. Seria um desafio e como atriz, procuro isso. Ela é uma menina irresponsável, namoradeira, baladeira. Não sou nada disto. Sou toda certinha. Ela também não espera nada de ninguém e não se importa com o que os outros pensam. Ela é diferente de todos naquela família".
Simone diz que aprendeu muito com a personagem - e ainda aprende. Desde o início, a composição foi desafiadora, porque era realmente algo muito distante de mim. Comecei a usar coturno nos ensaios e isso me ajudou a sentir meus pés no chão como nunca havia sentido. Fora isso, assisti e li muita coisa, frequentei lugares, ouvi rock. O Dan me ajudou muito com isso. Ele dizia nos ensaios: 'A Isa é a luz desta família, ela traz a vida!'", brinda.

SOBRE SIMONE ZUCATO

A atriz, que morou grande parte da sua vida em Miami, é apaixonada por teatro desde oito anos de idade quando ingressou em artes cênicas ainda no ensino primário. Aos 17 anos, voltou a morar no Brasil e cursou faculdade de medicina. Sua paixão pelo teatro, porém, fez com que ela nunca desistisse. Fez os cursos de artes cênicas do Teatro Escola Macunaíma, Escola de Atores Wolf Maya, FAAP, O Tablado, e cursos livres na CAL, no Rio de Janeiro. Estudou com Camilla Amado e Bárbara Heliodora. Nos Estados Unidos, Simone estudou com Robert Castle, do Lee Strasberg Theatre and Film Studio e o preparador de atores Bernard Hiller, Susan Batson, Michelle Danner, dentre outros, além de frequentar aulas livres no incensado HB Studio em Nova Iorque.

Seus trabalhos mais recentes na televisão brasileira incluem "Casos e Acasos", em 2008; "Cama de Gato" e "Caras e Bocas", em 2009 e 2010, na Rede Globo, bem como "Corações Feridos", em 2012. No teatro, foi Vera, no sucesso "Trair e Coçar É Só Começar", de Marcos Caruso; e Laura, de "Na Boca do Leão", em 2011, um vaudeville americano de autoria de Billy Van Zandt e Jane Milmore. Simone é também detentora dos direitos do sucesso americano "Falling", escrito por Deanna Jent e que também esteve em cartaz na Broadway. A atriz vai produzir a montagem, que deve estrear no início de 2015.

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