'Ano que vem eu tenho que estar aí', avisa Michel Teló sobre bloco de Carnaval em BH
Na festa de 2024, apresentação do "Bem Sertanejo" chegou a ser anunciada na programação oficial na capital, mas acabou cancelada na semana anterior à folia
Acostumados a lotar shows e após serem surpreendidos pelo ídolo puxando um trio no Carnaval de 2024, os fãs ainda não tiveram a oportunidade de assistir Michel Teló em Belo Horizonte este ano. Na agenda, não há previsão para este primeiro semestre. Mas o artista garante que a capital está sempre nos planos. Seja, quem sabe, para reeditar o bloco carnavalesco em 2026 – “eu quero muito!”, disse ele – ou para incluir a metrópole na possível turnê do mais recente trabalho, “Sertanejinho do Teló”.
Nesse show acústico, gravado em Campo Grande (cidade natal do cantor, capital do Mato Grosso do Sul) e lançado no último dia 15, a plateia contou somente com familiares e amigos. No repertório, músicas que costumam cantar quando estão juntos em festas, como Raul Seixas, Paralamas do Sucesso, Cássia Eller. Foi apenas a primeira parte de um projeto que já tem gravadas algumas outras “músicas aleatórias”, como o próprio Teló definiu nesta entrevista ao Hoje em Dia. “Até tentei tocar Bob Marley, mas não rolou...”, disse, entre risos.
Você arrastou milhares de foliões no Carnaval de BH no ano passado. Vieram fãs de várias cidades do Estado. E uma nova edição do “Bloco Bem Sertanejo” foi divulgada na programação de 2025. Mas acabou cancelada uma semana antes. O que houve, de fato? E você pretende tocar de novo no Carnaval?
Eu ouvi mesmo que estava em negociação, alguma coisa assim. Mas acabou não rolando. Fiquei triste porque não rolou... Ah, mas vou falar pra você: ano que vem eu tenho que estar aí! Eu quero, com certeza!
Assim como foi novidade ter Teló no Carnaval em BH, também é novidade para os fãs ver você lançando um trabalho cheio de músicas que não são do seu repertório. De onde surgiu o “toca Raul” na sua vida?
Sempre toquei em bandas de sertanejo, de vanerão, de baile. Mas de vez em quando alguém pedia: “toca Raul”. E eu pensava: “caramba, não toco nenhuma do Raul”. E montando o repertório desse álbum pensei que podia colocar uma do Raul Seixas. Tenho vários LPs aqui em casa, que eram do meu pai. A maioria de música gaúcha. Mas, aleatoriamente, tinha um do Raul. Eu adorava quando criança (nesta parte da entrevista, Teló cantou um trechinho de “Eu nasci há 10 mil anos atrás” e de “Gita”). Aí este “toca Raul” aconteceu.
Entendi que tem a ver com o seu passado. Mas e “Ana Júlia”, do Los Hermanos?
(Risos) Outra música aleatória... Foi uma música que fez um sucesso muito grande, algo irreal, que ultrapassa qualquer estilo, qualquer barreira. E eu tocava “Ana Júlia” nos bailes sertanejos. E nas resenhas que fazemos aqui em casa, nos rolezinhos, sempre cantamos.
Então o repertório é formado por músicas que foram sucessos na voz de outros artistas e que trazem alguma memória afetiva para você?
É um projeto que nasceu dentro da minha casa. Aqui escutamos muita música e de vários ritmos. Nas nossas resenhas de família, nos encontros com os amigos, nas confraternizações da equipe sempre tocamos de tudo. É uma cantoria, que tem de tudo: Raul, Paralamas, samba, modão sertanejo... Vai passando por tudo!
Tem alguma relação especial, alguma história envolvendo alguma das músicas escolhidas?
As músicas do Raul Seixas mesmo me lembra minha infância. Outro dia mostrei “Mosca na sopa” para os meninos (Teló é pai de Melina, de 10 anos, e Teodoro, de 8) e eles adoraram! Passaram uma semana cantando e pedindo para eu colocar para eles ouvirem. O Teodoro canta imitando o Raul... (risos). Interessante que um artista como Raul ultrapassa barreiras, consegue agradar diversas gerações. Meu pai ouvia, eu ouvia, meus filhos estão ouvindo. Paralamas também é especial, fez parte da minha adolescência, foi uma influência muito grande para mim na época do Grupo Tradição (banda em que Teló iniciou a carreira), com a mistura muito brasileira no som pop-rock deles. Me inspirou muito!
E quem foram os privilegiados que participaram da gravação?
Eu gravei em Campo Grande e foi algo para a minha família. Tenho uma família muito grande. E nas festas o povo é muito animado. Meu pai tem 12 irmãos, minha mãe também tem 12 irmãos. Eu tenho quase 100 primos de primeiro grau. É muita gente! Então resolvi chamar essa galera, a minha turma, para a gente se reunir e fazer festa. Se divertir! Tem gente do Rio Grande do Sul, de Mato Grosso, do interior de São Paulo, Paraná... Avisei que no dia tal estaria em Campo Grande gravando um negócio e avisei que estava todo mundo convidado.
E quem mais será privilegiado de assistir ao “Sertanejinho do Teló” ao vivo? Você vai rodar o Brasil?
Espero que sim. A gente já tem algumas datas, mas como é um projeto extremamente intimista, vamos fazer algumas edições e sentir. Vamos ver o que acontece. A gente fica muito feliz quando tem feedback e as pessoas compram esta ideia. Espero que a turma sinta essa vibração boa que foi gravar este álbum. E que o pessoal se divirta, porque é uma celebração, uma grande festa em família. Foi um projeto sem tanta pretensão, foi para a galera se divertir. Até tentei tocar Bob Marley, mas não rolou
Já está pensando no próximo repertório? Recebeu algum pedido especial?
A Thaís (Fersoza, atriz e esposa do cantor) pediu e vai estar no próximo. Ela pediu “Borbulhas de Amor”, do Fagner. Atendi o pedido. E como vamos lançar algumas edições, vai estar no próximo ou no outro.
E como o Michel Teló vê as músicas dos outros artistas, como avalia a atual música brasileira? O público tem valorizado, apesar de tantas estrelas internacionais fazendo show no país?
O público brasileiro sempre valorizou. Ouve e valoriza bastante a música brasileira. Tanto que entre as mais ouvidas, e vou falar do meu estilo, o sertanejo está sempre entre as top das mais ouvidas de tudo. É lógico que é legal ouvir o que vem de fora. Aqui em casa a gente ouve de tudo: música latina, americana.... Todos os estilos. Desde John Meyer, Katy Perry, Bruno Mars. Levo as crianças nos shows, para estarem neste universo. E como é um país continental, cada região valoriza mais a sua música. E tem muita coisa boa, de qualidade!
Por falar em regiões do Brasil, qual sua relação com Minas Gerais, com o público mineiro? Alguma lembrança especial?
Meu Deus! Vou te falar... O “Bem Sertanejo”, um projeto que a gente fez em Minas, eu não esqueço nunca. Era o povo que mais ria das coisas. Era um projeto musical, literalmente um espetáculo de teatro, com 10, 11 atores e cantores, contando a história da música sertaneja. E a gente foi duas vezes para Minas. Era muito divertido porque qualquer coisa o pessoal ria. Mineiro é uma turma divertida. Dava risada, cantava junto. É uma galera de um calor humano muito especial, muito diferente.
Aposto que comeu muito pão de queijo... Gosta da comida mineira?
Nossa... Sou suspeito. Quando vou pra Minas eu como feijão tropeiro “na alta”. Pão de queijo... Não vejo a hora de ir para BH. Já ajeita um pão de queijo e um tropeiro pra nós!