(Yuri Kadobnov/AFP)
MOSCOU - O bailarino do Bolshoi Pavel Dimitrichenko se declarou, nesta terça-feira (29), inocente da agressão com ácido contra o diretor artístico do famoso teatro de Moscou, Serguei Filin, do qual é principal suspeito.
"Não reconheço minha culpa", declarou Dimitrichenko na abertura do caso no tribunal Mechanski de Moscou.
O bailarino de 29 anos compareceu junto a dois cúmplices, o suposto executor do crime, Yuri Zarutski, e o motorista Andrei Lipatov.
"A única coisa que fiz foi dizer a Zarutski (...) que Filin não era apenas um artista brilhante, mas um homem muito cruel com seus colegas", alegou Dimitrichenko, insistindo que Zarutski cometeu o ataque contra Filin por conta própria.
Por sua parte, Yuri Zarutski reconheceu "parcialmente" sua culpa. "Reconheço que ataquei Filin, mas não reconheço que o fiz em complô com Pavel Dimitrichenko e Andrei Lipatov", afirmou. Lipatov declarou-se igualmente inocente.
A audiência do caso prosseguirá na próxima quinta-feira (31).
O diretor artístico do Bolshoi foi agredido com ácido no rosto em 17 de janeiro passado, ficando gravemente ferido e perdendo praticamente a visão.
Depois de receber um enxerto de pele e ser operado da vista várias vezes, Filin retomou em setembro seu trabalho no Bolshoi e agora anda acompanhado por um guarda-costas.
Pavel Dimitrichenko, bailarino solista e militante sindical no Bolshoi, se encontra em prisão preventiva e sempre negou ter planejado o ataque com ácido, mas reconheceu que aceitado a proposta do suposto executor, Yuri Zarutski, de "ferir Filin".
Este caso trouxe à luz as ferozes rivalidades e confoitos internos na prestigiosa instituição artística.