Baku, esporte e cultura se encontram no Azerbaijão

Hoje em Dia*
14/06/2015 às 11:41.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:28
 (Rauf Umud)

(Rauf Umud)

“O que você sabe sobre o Azerbaijão?”. A pergunta, se direcionada a um brasileiro, pode ser respondida com monossílabos ou um redundante “nada”. A república instalada no Cáucaso entre a Turquia, Irã, Armênia, Geórgia e Rússia é dona de uma cultura milenar. Chamado por especialistas de esquina do mundo – por representar a transição entre o continente europeu e o asiático –, o Azerbaijão é um caldeirão exótico de etnias, religiões e costumes.   Desde a última sexta-feira (dia 12), sua capital, Baku, também abriu as portas para turistas do mundo inteiro com a realização dos Primeiros Jogos Europeus de Baku 2015. São esperados 6 mil atletas competindo em 20 modalidades esportivas de um evento orçado em R$3,4 bilhões. 11 dessas modalidades esportivas são qualificatórias para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016. É a segunda grande solenidade sediada pelo País na história recente. Antes disso, Baku foi responsável por uma das mais memoráveis edições do Eurovision (espécie de campeonato musical que reúne 40 países europeus e é assistido por mais de 200 milhões de telespectadores) e se prepara para receber um Grande Prêmio de Fórmula 1, a Olimpíada Mundial de Xadrez em 2016 e os Jogos de Solidariedade Islâmica em 2017.   Os Jogos Europeus vão até o dia 28 de junho, mas belezas do Azerbaijão podem te fazer querer ficar mais tempo por lá. Turismo destaca nesta semana aquela que é conhecida como a “Terra do Fogo” e “Pérola do Mar Cáspio”.   Tradição e modernidade no Cáucaso   “Impressionante e diferente de tudo que já vi”. São com essas palavras que o estudante de jornalismo Ulisses Lisboa descreve o Azerbaijão. Ele foi um dos selecionados por um concurso de redação promovido pela Embaixada no ano passado e visitou o país por duas semanas. “Antes disso, sabia muito pouco sobre. Chegando lá tive a dimensão do que é e fiquei maravilhado. Baku especialmente convive muito bem com o novo e o antigo, você caminha por prédios super modernos e já cai em construções medievais”, relata.   O passeio, ele indica, deve começar pela Cidade Velha, patrimônio histórico reconhecido pela UNESCO e lar da Torre da Donzela, um dos símbolos nacionais. A construção do século XII abriga um museu e uma loja de souvenires, além de uma das mais belas vistas da baía de Baku e do Mar Cáspio. O nome, conta-se, vem de uma lenda que se refere a uma donzela que se atirou desde o alto, para encontrar a morte nas ondas abaixo. Também na parte antiga de Baku fica o Palácio dos Shirvanshahs, construído no século XV pela dinastia homônima. É repleto de escadas e ruínas antigas, ideal para amantes de história antiga.   Depois de caminhar bastante pelas ruas da Cidade Velha, é hora de conhecer o Centro Heydar Aliyev, um museu em honra ao líder nacional do Azerbaijão. A instalação tem sua arquitetura baseada na assinatura do Heydar Aliyev e conta com um acervo extenso sobre sua biografia, mas também sobre a história do Azerbaijão em si.   Os tapetes são parte da identidade nacional azeri e são, há séculos, a sua principal forma de expressão artística, já que neles são bordados fatos importantes da história local. O Museu Nacional de Tapetes reúne peças únicas, com explicações em inglês sobre cada cor, padrão geométrico e simbolismo utilizados. O prédio simula um tapete enrolado.   Um passeio por Baku não fica completo sem uma visita às Torres de Chamas (Flame Towers). São três edifícios – um comercial, um residencial e um hotel – em formato de labaredas. “À noite é um espetáculo à parte. As janelas são de LED e projetam imagens de uma fogueira ou da bandeira do Azerbaijão”, conta Ulisses. Uma dica é jantar num dos muitos restaurantes tradicionais ou nas baladas do Baku Boulevard, uma bela avenida e praça em frente ao Mar Cáspio.   Infraestrutura   Baku tem investido pesado para atrair turistas. No plano do governo, há a reestruturação completa até 2020 do bairro, que passará a se chamar “Cidade Branca”.   Mas não é preciso esperar tanto tempo para conhecer. Segundo o Cônsul da Embaixada do Azerbaijão no Brasil, Intigam Huseynov, o país é muito seguro para os turistas estrangeiros. “O Azerbaijão apresenta um modelo de convivência pacífica de uma sociedade multicultural. É uma terra secular com a população predominante muçulmana, mas com minorias como judeus e cristãos. A sociedade é moderna e não existe restrição ao vestuário”, conta Huseynov.   Ulisses reforça a fala. Ele conta que se perdeu à noite pela cidade mas que, mesmo com a escuridão, não enfrentou problemas.   Porém, quem pretende explorar o restante do país precisa tomar cuidado. Por causa da ocupação dos territórios do Azerbaijão pela Armênia, o Ministério dos Assuntos Estrangeiros desaconselha viajar para a região de Nagorno Garabagh – em disputa há mais de 20 anos – além de sete regiões adjacentes.   A infraestrutura é facilitada pelo metrô, que corta boa parte da cidade. As estações são atração à parte: ricamente decoradas, impressionam os que se aventuram pela Baku subterrânea.   Como chegar   Brasileiros precisam de visto para visitar o Azerbaijão. A taxa de visto de turismo é de US$ 20 (R$ 62). O documento é emitido eletronicamente por uma agência de turismo local (a lista pode ser acessada em azembassy.org.br/evisto), bastando para isso reservar um hotel. A principal rota a partir do Brasil é através da linha Guarulhos – Istambul – Baku, operada pela Turkish Airlines. Ainda é possível reservar a passagem para os dias dos jogos (12 a 28 de junho) pela companhia, ao preço de R$ 1.779 + taxas. Ingressos para as competições podem ser encontrados no site www.baku2015.com.   A Fui Viagens (www.fuiviagens.com.br) também organiza pacotes por todo o Cáucaso – Azerbaijão incluso –, mas o preço é mais salgado: o roteiro que inclui também Armênia, Geórgia, Turcomenistão, Uzbequistão e Cazaquistão sai a US$21.495 (quase R$67 mil) por 16 dias de viagem.   * Com Igor Patrick.

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