Bali de máscaras: espetáculo ‘Patuscada’ mistura improvisação e máscaras orientais

Lucas Buzatti
21/02/2019 às 17:57.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:39
 (Leonardo Rocha/Divulgação)

(Leonardo Rocha/Divulgação)

“Ao contrário do que parece, no teatro acreditamos que a máscara não esconde, e sim revela quem está por trás dela. Pode ser uma ferramenta pedagógica muito potente, pois exige que o ator esteja o tempo todo no momento presente”. A reflexão é do ator mineiro Rafael Protzner, que conduz o solo “Patuscada”, fruto de sua pesquisa sobre as máscaras de Bali (Indonésia). Misturando improvisação, humor e interação com o público, o espetáculo acontece sábado (23) e domingo (24), no C.A.S.A. (Centro de Arte Suspensa Armatrux). A peça integra a programação da 45ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança.

Com direção de Mariana Lima Muniz, “Patuscada” traz encenação inspirada no teatro Topeng Pajegan, expressão popular balinesa. Integrante da trupe de palhaçaria Trampulim, Protzner mergulhou na linguagem em 2013, durante uma pesquisa realizada em Bali, quando conheceu o mestre I Made Djimat.

“No Topeng Pajegan, um ator solo retrata todos os personagens da trama, alternando máscaras inteiras, usadas para a dança, com máscaras de meio rosto, que permitem comentários e narração de histórias”, conta. “Ao retornar ao Brasil, iniciei um longo processo de treinamento com as máscaras, criando os personagens que futuramente entrariam para o roteiro de ‘Patuscada’”, completa.

Em cena, Protzner traz as máscaras de Bali para o contexto brasileiro, aproximando o público da criação e apostando na improvisação como dramaturgia. “No roteiro estrutural, uma máscara condutora estabelece um primeiro diálogo com o público. A conversa vira matéria-prima para as histórias que serão improvisadas por outras máscaras na trama”, explica. “No espetáculo, as máscaras estão o tempo todo quebrando a parede com o público. Algumas máscaras gostam, inclusive, de levar a plateia para dentro do cenário”.

O ator ressalta, ainda, a importância que a iluminação e a trilha sonora têm para o espetáculo. “São praticamente outros dois personagens dentro da estrutura da peça, que influenciam o rumo das cenas improvisadas através de climas e atmosferas. Luz e trilha sonora estão o tempo todo jogando com as máscaras e vice-versa”, sublinha, destacando a direção de Mariana Lima Muniz. “Ela é responsável por ‘colocar luz’ naquilo que eu, muitas vezes, de dentro da cena, não consigo enxergar”, finaliza. 

Serviço: Espetáculo "Patuscada". Sábado (23) e domingo (24), no ). Os ingressos custam R$ 15.

 

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