de fã para ídolo

Bandas covers de BH reverenciam Metallica, grupo que revolucionou o heavy metal

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
09/05/2022 às 09:22.
Atualizado em 09/05/2022 às 15:26

A chance de ver o grande ídolo ao vivo virou pesadelo quando o motor do carro fundiu na altura da Lagoa dos Ingleses, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Morremos com quatro ingressos na mão”, lamenta Léo Turbo, ao lembrar a tentativa frustrada de acompanhar a passagem do Metallica pelo Rock in Rio, em 2015.

“Tentei ir outras duas vezes, mas sempre tinha algum problema para atrapalhar”, recorda o vocalista da Militia BH, uma das mais longevas bandas covers do Metallica no Brasil. Se nada aparecer para servir de obstáculo, Léo Turbo finalmente verá James Hetfield e companhia no Mineirão nesta quinta-feira.

“Você pode gostar ou não, mas é a maior banda de heavy metal do planeta. Não podemos ignorar que ela movimenta mais dinheiro, possui mais estrutura de show e maior vendagem de música”, observa Turbo, ao falar de uma paixão que vem desde 1992, quando o grupo americano lançou o “Black Album”, responsável por catapultá-lo ao sucesso.

Ele tinha 12 anos quando ouviu “Unforgiven” numa estação de rádio. “Estava começando a minha rebeldia de adolescente, deixando o cabelo crescer. Comecei a correr atrás para conhecer mais da banda. Foi quando eu comprei o primeiro LP da minha vida. Estava me iniciando no violão na época e aprendi a tocar as músicas do Metallica”, registra.

Em 1999, ele estava à frente do Caóttica, cantando hits do Megadeth, Pantera e Black Sabbath quando o público passou a identificar a voz de Turbo com a de Hetfield. Poucos meses depois nascia o Metal Militia, inspirado no título de uma das músicas do Metallica. Novas formações e uma mudança no nome para Militia BH pautaram a estrada do grupo mineiro.

“É muito gratificante tocar o que a gente gosta”, define o vocalista. Uma sensação não muito diferente de Jairo Guedz, primeiro guitarrista do Sepultura que, mesmo desenvolvendo projetos autorais, não abre mão de tocar no Metallica Cover Brazil, criado há 31 anos. Ele entrou na banda em 2007, pouco depois de voltar de uma estada na Europa.

“É uma paixão que carrego desde 1982, quando ainda estava no Sepultura, e o empresário do Overdose, Ricardo Tibau, nos apresentou um disco do Metallica. Naquela época, o Overdose era melhor financeiramente que a gente e podia trazer algumas coisas lançadas lá fora. A gente pegava e gravava em fitas cassetes”, conta Guedz.

O guitarrista lembra que o Metallica exerceu forte influência no Sepultura em seus primeiros anos. “Tínhamos uma pegada mais agressiva, mais death metal. A partir do segundo álbum, ‘Schizophrenia’, assumimos essa referência e passamos a buscar uma técnica mais afiada e uma melodia mais harmônica para os ouvidos”.

Com uma aparência semelhante à de Hetfield, exibindo cabelos descoloridos curtos e cavanhaque, Guedz ressalta que o fato de estar numa banda tributo torna o trabalho mais prazeroso, trazendo “uma leveza que o autoral não proporciona”. “(A receita) É procurar fazer o melhor, respeitando a música original”. 

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