Barbatuques esbanja diversidade em novo disco

CINTHYA OLIVEIRA
08/02/2016 às 09:10.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:20
 (Divulgação)

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“O corpo é infinito em termos de possibilidades”. Essa frase é de André Hosoi, fundador, ao lado de Fernando Barba, do grupo Barbatuques, famoso por transformar sons do corpo em música. Prova de que é possível criar boa música a partir de arranjos inusitados de sonoridades corporais é o álbum “Ayú”, que o grupo lançou no finalzinho do ano passado.
 
O quinto álbum é marcado pela variedade de compositores. Dessa vez, vários integrantes colaboraram com suas criações, permitindo uma maior variedade de linguagem neste trabalho. Foi a primeira vez que, ao longo do processo de ensaio, as músicas foram escritas em partituras. “Isso foi inovador dentro da história do grupo e permitiu que conseguíssemos realizar coisas mais complexas num tempo menor”, diz Hosoi.
 
“Ayú” conta com participações de dois gênios da música brasileira: Naná Vasconcelos (em duas faixas) e Hermeto Pascoal. Os 15 integrantes aprenderam muito com os mestres. “Naná é preciso, coloca as notas como um pintor, elegante, sempre com um swing inacreditável”, pontua Hosoi.
 
“Hermeto é a música em pessoa. Ele come, dorme, respira som o tempo todo. Hermeto é complexo e simples ao mesmo tempo, é um gênio reverenciado por qualquer músico do mundo. Ele nos trouxe uma forma colorida de pensar as músicas”, completa.
 
Pesquisa
 
“Ayú” é resultado das pesquisas que os integrantes desenvolvem a todo momento em sua vivência musical. Além dos espetáculos, o grupo realiza oficinas de educação musical. Como já passaram por todos os estados brasileiros e por 27 países, a interação com diferentes povos e culturas se dá a todo momento.
 
“Nas oficinas, aprendemos muito, pois os próprios alunos nos trazem sons diferentes e inusitados, que variam com a cultura de cada lugar”, diz Hosoi, lembrando que muito do aprendizado também se deu no
 
International Body Music Festival, organizado pelo americano Keith Terry, em que pessoas do mundo inteiro se apresentam e trocam informações sobre a linguagem musical do corpo.
 
E a pesquisa não se restringe à busca de sonoridades possíveis, mas também sobre os arranjos sobre combinações. “Além da pesquisa de timbres há também a improvisação. Estamos constantemente estudando novas maneiras de improvisar em grupo, buscando sonoridades e efeitos diferentes”.
 

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