(Ricardo Bastos)
Há 40 anos, o poeta Rogério Salgado recebeu o primeiro “não” literário. Ele tinha 21 anos, escreveu um poema e mostrou a um professor, que disse: “É muito bonito, mas pare de copiar poemas dos outros”. Mas, o que poderia virar desânimo virou empurrão para uma carreira totalmente dedicada às letras que ele celebra nesta terça-feira (14), com o lançamento das memórias “Poeta Ativista” (176 páginas, RS Edições, R$ 20).
Vida de artista e ativista, é assim mesmo – sempre levada na base da garra. “Foi o primeiro desestímulo que tive. Só que não me abati e fui à luta”. Desde então, sempre de forma autônoma e independente, Salgado vem assumindo a profissão de escritor.
Natural de Campos dos Goytacazes (RJ), mas há 35 anos radicado em BH, Salgado agora soma a publicação de 22 livros. As obras, ele vende nas ruas, de porta em porta. “Já vendi quase 20 mil livros desta maneira”, estima ele que é quase um “best-seller” autônomo das ruas.
Neste impulso, também são dele projetos literários como a “Revista Arte Quintal” (1980), em parceria com o poeta Wagner Torres, e a criação do Sarau da Lagoa do Nado (2000). São dele também a realização do “Belô Poético – Encontro Nacional de Poesia”, (2005 a 2014) e o projeto “Poesia na Praça Sete”.
Além das memórias, Salgado, hoje, aos 61 anos, pega o bonde na mesma impressão para encartar mais um livro: “Sopro de Deus e Outros Poemas”. E é no poema “Sessenta” que o ativista dos versos avalia sua trajetória: “Custe o que custar/ porque apesar de tudo/ perseguimos essa alegria que se escondeu/ num dos cômodos dessa casa/ que existe em nosso passado remoto”.
Rogério Salgado lança “Poeta Ativista” e “Sopro de Deus e Outros Poemas”. nesta terça-feira (14), às 19h, na Status Café Cultura e Arte (rua Pernambuco, 1111, Savassi).