Boechat rompe silêncio de quase uma década

Álvaro Castro - Hoje em Dia
14/08/2015 às 07:11.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:20
 (Fernando Persiano)

(Fernando Persiano)

Após um hiato de praticamente uma década desde o fim de sua antiga banda, a inventiva Trinidad, o músico e produtor Renato Boechat está de volta ao mercado com seu mais novo trabalho, Boechat. Trata-se, na verdade, de um misto de carreira solo e banda – em função do nível de comprometimento dos demais músicos com o projeto. O primeiro disco da empreitada – “Para o Tempo” – será lançado nesta sexta-feira (14) à noite, n’A Autêntica.   Além de dar nome (ou melhor, sobrenome) ao projeto/grupo, em “Para Tempo”, Renato assina as composições e se incumbe das guitarras e vocais, além de assinar a produção. Com isso, o processo de feitura do álbum caminhou desde os primeiros acordes até cada sonoridade que se ouve ao longo das 10 faixas, cuidadosamente gravadas em seu estúdio, o Casa de Francisco.   “Já não é mais uma composição apenas de acordes, mas de timbres, de ambiência”, conta ele, que, em seu hiato como músico, se qualificou, estudou e quase abandonou os palcos para assumir de vez a condição de engenheiro de som.   Referências   “Para o Tempo” foi composto ao longo desse período de intervalo, entre o fim da Trinidad e o surgimento de Boechat, que vem acompanhado de vários parceiros antigos e conterrâneos desse mineiro. Com uma sonoridade bastante coesa, o disco vem recheado de referências, seja do icônico Milton Nascimento ao rock britânico, com um bom tempero de pop – e uma cara bem das Gerais. “O Milton Nascimento tem um trabalho que passa pelo rock. Tem um rock ‘n roll ali, no Clube da Esquina , que para mim é uma referência mesmo”, afirma Boechat.   Essa aproximação com o gênero tipicamente inglês até se explica pelas origens do músico. Natural de Governador Valadares, Boechat conta que sempre teve mais contato com artistas como Pink Floyd e outras bandas do chamado rock progressivo, além de Titãs, Paralamas do Sucesso e outras referências do gênero. “Valadares não é um lugar onde haja uma festa típica, um congado, por exemplo. Na minha adolescência, lá, ouvia muita música norte-americana e britânica. É um lugar completamente ‘sou do mundo, sou Minas Gerais’. As pessoas iam para os EUA com pouco estudo e voltam falando de Nova York, com discos... E vivi isso quando novo”, rememora.   Para quem quiser conferir o som antes da apresentação de logo mais – que, aliás, contará com o grupo Vitrolas– pode dar uma procurada na rede. Spotfy , Soundcloud , página da banda no Facebook todas estão presentes. Contudo, Renato Boechat teve bastante cuidado e vale a pena conferir o disquinho físico, feito com muito cuidado com a capa, fotografia e a forma como é apresentado.   Boechat – Lançamento do CD “Para o Tempo”. Nesta sexta-feira (14), às 23h, n’A Autêntica (Rua Alagoas, 1.172, Funcionários). Ingressos: Sympla   R$ 20. No local, R$ 25.   “Fiquei um tempo à deriva, mas, agora, fiz esse trabalho movido pela necessidade de produzir e de continuar tocando. Não por interesse, ambição. Concluí que sou mais feliz tocando”, diz o artista

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