O pernambucano Naná Vasconcelos, o maranhense Zeca Baleiro e o paulista Paulo Lepethit se conhecem há muito tempo – tanto que os dois últimos dividem um estúdio na maior cidade do país. O desejo pela gravação de um álbum em conjunto é algo que nasceu naturalmente.
Toda vez em que Naná ia para São Paulo, se encontrava com os amigos para criar uma canção. Aos pouquinhos, ao longo de dois anos, as músicas foram tomando forma e um álbum foi se construindo – despretensiosamente.
O resultado desse encontro para lá de especial, cheio de experimentações e referências a muitas sonoridades brasileiras, está no disco “Café no Bule” (Selo Sesc). O material traz dez canções criadas a partir do zero no estúdio e mais três vinhetas divertidas.
Aqui há um pouco de pop rock, afoxé, ciranda, baião, xote, maracatu, jazz... A percussão ficou nas mãos de Naná, enquanto os outros dois se dividiram entre os instrumentos de cordas. A única faixa não assinada pelo trio é “Caju”, parceria de Naná com Vinicius Cantuária.
Zeca explica que, quando os encontros foram iniciados, não havia qualquer direcionamento. “Só sabíamos que iríamos gravar um disco, apenas isso. E sabíamos que ele deveria ser bem brasileiro”, diz. “Foi uma ideia conjunta. Somos amigos e há tempos planejávamos esse disco”.