TEATRO

Com Odilon Wagner no elenco, peça 'A Última Sessão de Freud' estreia no Sesc Palladium

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
01/04/2022 às 15:16.
Atualizado em 01/04/2022 às 15:31
Odilon Wagner e Claudio Fontana vivem, respectivamente, Sigmund Freud e C.S. Lewis (João Dantas/Divulgação)

Odilon Wagner e Claudio Fontana vivem, respectivamente, Sigmund Freud e C.S. Lewis (João Dantas/Divulgação)

Os psicanalistas que assistem a peça “A Última Sessão de Freud” não escondem a emoção por estarem diante do pai da psicanálise. Pelo menos, veem na atuação de Odilon Wagner algo bastante próximo ao que se perpetuou no imaginário popular.

“Há poucas imagens de Freud. Ele não gostava de dar entrevistas. O que faço é levar para a peça uma personalidade que é tão forte e tão presente, a ponto de psicanalistas saírem impressionados, dizendo que sou igual a ele”, registra Wagner.

Entusiasmado com o resultado da peça, que chega a Belo Horizonte para três sessões, entre esta sexta-feira (1º) e sábado (2), no Sesc Palladium, o ator e produtor analisa que, em 52 anos de carreira, não se lembra de ter vivenciado “momentos tão íntegros e prazerosos”.

Para Wagner, um dos instantes mais poderosos do teatro é quando “você recebe um personagem tão denso e profundo e se joga nele, percebendo que o público está junto, embalado”. Ele não está sozinho no palco. Claudio Fontana interpreta C. S. Lewis.

O nome pode não ser tão conhecido como o de Freud, mas sua obra literária é bastante popular, puxada pela coleção “Crônicas de Nárnia”. Os dois estão no gabinete de Freud, no dia em que Londres entra na Segunda Guerra, em 1939, e vivem um grande confronto de ideias.

“Não é uma discussão intelectualizada. Mas sim a história vivenciada por dois homens que pensam de formas completamente diferentes”, destaca Wagner. Baseado no livro “Deus em Questão”, escrito por Armand M. Nicholi Jr., o tema central é a crença em Deus.

A abordagem ganha uma leitura contemporânea ao propor reflexão sobre as dificuldades hoje em dia em ouvir opiniões contrárias. “São dois homens inteligentes e profundamente coerentes com as suas visões de mundo, mas se respeitam acima de tudo”.

O que não quer dizer que, no palco, a dupla não estabeleça fortes confrontos. “Eles se combatem ferozmente, algumas vezes de forma irônica. A peça é muito engraçada, mostrando um humor refinado. O público ri o tempo inteiro”, garante Wagner.

O ator que veste a pele de Freud não poupa elogios à plateia de Belo Horizonte. “É um público inteligente. Recentemente fui aí com a minha peça anterior, e fiquei impressionado como ele é muito sagaz e pega rápido as coisas”, enaltece.

SERVIÇO“A Última Sessão de Freud” – Sexta (1º) e sábado (2), às 21h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1046). Ingressos: R$ 75 (R$ 37,50, a meia)

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