Contra ausência de negros, Spike Lee e Jada Smith não vão ao Oscar

Hoje em Dia
18/01/2016 às 17:58.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:04

O diretor Spike Lee e a atriz Jada Smith anunciaram boicote à cerimônia de entrega do Oscar, que acontecerá no dia 28 de fevereiro. A ausência de negros entre os 20 indicados ao prêmio pelo segundo ano consecutivo é o que motivou o protesto dos artistas.

 

No Instagram, Spike Lee citou Martin Luther King para justificar a iniciativa. "Dr. King disse: 'Chega um momento em que você deve tomar uma posição que não é nem segura, política ou popular, mas deve tomá-la porque a consciência lhe diz que está certa", protestou.

 

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O diretor não deixou de observar em sua nota pública veiculada pela rede social que, com o boicote, não quer desrespeitar o apresentador da cerimônia, Chris Rock, e a presidente da Academia, Cheryl Boone, ambos negros.

Jada Smith, por sua vez, se manifestou pelo Facebook através de um vídeo. A atriz refletiu sobre possíveis novos caminhos. "Talvez seja a hora de retirarmos nossos recursos para colocá-los novamente em nossas comunidades, e fazer programas que nos reconheçam de maneira mais apropriada", frisou.

 

O marido de Jada, Will Smith, era um dos cotados para receber indicação de melhor ator pela atuação em “Um Homem Entre Gigantes”. Além dele, outros nomes eram aguardados, como Idris Elba, em "Beasts of No Nation", Michael B. Jordan, em "Creed: Nascido para Lutar", e Samuel L. Jackson, em "Os Oito Odiados".

 

Na última quinta-feira (14), a presidente da Academia, Cheryl Boone, também se manifestou sobre a polêmica. A anfitriã se disse desapontada com a ausência de atores negros entre os indicados e insistiu que a Academia precisa aumentar a diversidade do Oscar. “Mas isso não vai tirar a grandeza dos filmes indicados”, amenizou.

 

OUTRAS POLÊMICAS

 

Talvez o boicote mais memorável em uma cerimônia de entrega do Oscar seja de 1973, quando Marlon Brando saiu vencedor pelo papel de Vito Corleone, em "O Poderoso Chefão".

 

O ator norte-americano rejeitou a estatueta e enviou a ativista pelos povos nativos, Sacheen Littlefeather, em seu lugar. Ela levava um discurso escrito por Brando, que reivindicava a inclusão de indígenas americanos em produções do cinema e da TV.

 

No ano passado foi a vez das atrizes se rebelarem - no tapete vermelho - contra o machismo velado da cobertura da premiação.

 

A campanha #AskHerMore estimulou repórteres a perguntarem sobre temas pertinentes para as mulheres. “Somos mais do que nossos vestidos”, resumiu Reese Witherspoon, uma das idealizadoras do protesto.

 

(*Colaborou Alex Bessas)

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