Logotipo Hoje em Dia

Redação: (31) 3253-2207

Segunda-Feira,29 de Abril

Cultura contabiliza perdas e apreensão após cancelamento de vários eventos em BH

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
16/03/2020 às 08:51.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:58

(Pixabay/Divulgação)

“É muito ruim adiar, pois havia todo um planejamento, uma campanha que estava na rua, com data e tudo. Mas é preciso pensar no coletivo e no que está acontecendo”, resigna-se André Carreira. O filme “No Gogó do Paulinho”, produzido por ele, ganhou o mesmo fim de vários outros eventos que pautariam a cultura na cidade nas próximas semanas. Todos foram cancelados ou adiados devido ao aumento dos casos de coronavírus no país.

O impacto para os produtores varia de projeto para projeto, mas é pior no caso de estabelecimentos que vivem de receber espetáculos e filmes, como salas de cinema e teatro. Segundo o site Filme B, especializado em números do cinema brasileiro, a frequência caiu para 50 mil na última quinta-feira – metade dos espectadores da quinta anterior. Também perdem muito fornecedores ligados à área de cultura, como donos de lanchonete e equipes de segurança.

Fred Barros, coordenador do “Cold Hot – Especial Mulheres”, que seria realizado sábado passado, na avenida Brasil, ressalta que uma cervejaria tinha reservado seis mil litros da breja para venda no evento. “Ela certamente irá escoar esta produção no mercado, mas não precisaria fazer um volume grande com rapidez para nos atender. Houve um desgaste, um esforço destas empresas”, lamenta Barros, que estava fazendo o “Cold Hot” sem subsídios, “na raça”.

“Adiamos por uma questão de responsabilidade, mas todos os fornecedores estão saindo, de certa forma, prejudicados. Preparamos toda uma produção para receber três mil pessoas”, registra, lembrando ainda o impacto emocional. “Não podemos deixar a chama apagar. Acredito até que voltaremos com mais força, por tudo o que aconteceu. É tentar tirar do limão uma limonada”, observa.

Suco de maracujá

A Mostra Curta Circuito, que começaria no fim do mês com a exibição de filmes no Cine Humberto Mauro, já estava 90% pronta, com passagens aéreas compradas e hotéis reservados para os convidados.

“O catálogo estava na gráfica quando interrompemos a impressão”, assinala Daniela Fernandes, coordenadora do projeto, que precisou de três copos de suco de maracujá para não entrar em pânico. 

“Tudo que havíamos estruturado em dois meses teve que ser reagendado num único dia”, resume. Ela acredita que haverá um prejuízo real com as passagens compradas, já que as empresas aéreas ainda não se sensibilizaram com o problema, não fazendo um processo especial de cancelamentos de bilhetes. Até agosto, quando o projeto será retomado, haverá eventos pontuais, como oficinas e distribuição de impressos.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por