Curta mostra aventuras de Zé do Pedal pela África

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
15/11/2014 às 08:47.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:01
 (SOULPRESS/DIVULGAÇÃO)

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  Malária, guerras civis, desertos extensos, roubo de dinheiro e um pequeno carro que usa como “combustível” a força dos pés de seu piloto, fazem parte da vida do mineiro de Viçosa José Geraldo de Souza Castro, conhecido como Zé do Pedal.   Sua jornada de 17,3 mil quilômetros por 20 países da Europa e da África, entre 2008 e 2009, está documentada no curta-metragem “Zé do Pedal – As Fronteiras do Mundo”, dirigido por Bruno Lima e Fabricio Menicucci, que será lançado neste sábado (15) no Cine Humberto Mauro, às 14h.    Na verdade, a dupla se encontrou com Castro na parte final da viagem, na África do Sul, num momento capital, quando o personagem já tinha muitas histórias a relatar para a câmera. Uma delas aconteceu no Gabão, quando um recém-nascido recebeu o seu nome.   “Estava com dificuldade para conseguir um lugar para dormir numa vila até que um senhor deixou eu armar a barraca do lado do seu alpendre. Às 2h da madrugada, sou acordado com gritos de ‘brasileiro’ e, quando fui ver o que estava acontecendo, a filha dele tinha acabado de nascer”, recorda Castro.   De manhã, durante o café, o mineiro é informado que a menina ganharia o nome de Josefina em sua homenagem. “O dono me explicou que ela iria nascer na semana seguinte, mas que minha chegada trouxe luz à casa”.   Para Castro, situações como essa são “gotas que enchem um oceano”. Um alívio para quem, em situação parecida, no lugar de receber carinho, foi furtado numa cidade próxima a Sevilha, na Espanha. Ele tinha cerca de 3 mil euros e saiu do país com pouco mais de mil.   FRANCÊS NA MARRA   O ciclista de 57 anos aprendeu que, quanto mais pobre a pessoa ou região for, maior a generosidade. “São em lugares mais carentes que eu tinha menos dificuldades para encontrar um cantinho para dormir”, destaca Castro, que ainda atravessou duas guerras civis, na Costa do Marfim e na Nigéria. Também conheceu a malária. Na primeira vez, em Gana, ficou hospitalizado por quase um mês. Na segunda, já prevenido em relação aos sintomas, parou de pedalar por três dias no Congo-Brzazaville. Castro aprendeu o francês, idioma predominante na África, na marra.   “Fiquei um tempo em Paris para aprender duas ou três palavrinhas. Mas quando cheguei ao Senegal, três meses depois, já conseguia fazer entrevistas sem problemas. “Durante a viagem, um radinho de pilha ficava ligado o tempo todo para eu pegar o sotaque”, assinala.

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