Conhecido por sua versatilidade, Edson Cordeiro já passeou por diferentes estilos musicais, do sertanejo de raiz à música eletrônica. Agora, o contratenor adiciona mais um ingrediente a essa mistura. Com o espetáculo “Fado Tropical”, que tem sessão amanhã em Belo Horizonte, no Teatro Bradesco, o artista interpreta clássicos da música portuguesa.
“É um olhar de uma pessoa tropical sobre o fado”, define Cordeiro, que incluiu no repertório canções como “Estranha Forma de Vida”, de Amália Rodrigues e Alfredo Marceneiro, “Foi Deus”, de Alberto Janes, e “Fado Tropical”, de Chico Buarque e Ruy Guerra.
O artista conta que tem levado o espetáculo mundo afora, desde a estreia em Viena, no ano passado. Para a capital mineira, ele promete uma grande apresentação.
Audacioso, Cordeiro afirma: “O público pode esperar um dos melhores shows que já viram na vida. Estou reservando o meu melhor”. E não para por aí: “Podem esperar um cantor, maduro, mais seguro, humilde...”, complementa, em tom de brincadeira.
Desafio
Fruto do álbum “Fado”, 12º da carreira de Edson Cordeiro, o espetáculo também abre espaço para que o cantor apresente novas facetas, além de trazer releituras de canções que marcaram sua carreira.
“O fado é uma possibilidade de mostrar jeitos diferentes da minha voz. Amadureci para cantar, porque é um estilo que precisa de experiência, tem um texto denso”, destaca o cantor, que começou sua carreira artística no teatro.
Cordeiro ressalta essa influência em sua trajetória. O cantor, que vê na música a oportunidade de contar diferentes histórias, garante que teve o teatro como escola. “Uma das coisas que mais me influenciam é o respeito pelo palco, o sagrado do palco, o fato de ter essa experiência, de ter viajado pelo mundo com o teatro me ajuda muito. Chego no palco entendendo o que se fala, entendendo o texto”, destaca.
Vida fora do Brasil
Vivendo na Alemanha há 10 anos, ele vê a divulgação da cultura brasileira como um de seus papéis. “Eu levo o Brasil na garganta, no coração, essa é a minha função no mundo. Onde eu estiver vou fazer um brasileiro orgulhoso”, garante.
O cantor conta que, apesar da mudança de país, ele continua vindo com frequência ao Brasil. “Faço turnês na Alemanha desde 1994. Eu só mudei a minha base, porque continuo vindo ao Brasil. Venho três vezes ao ano”, conta.
Apesar das visitas frequentes, Cordeiro destaca que a vida é diferente por lá. “Na Alemanha sou respeitado como cidadão. No Brasil, isso está cada vez mais difícil”, afirma o cantor, que vê a classe artística como uma esperança em meio ao turbilhão vivido pelo país.
“Nós artistas, escritores, cantores, somos a boa notícia do Brasil. Somos o que o país está precisando agora. Todos nós cidadãos de bem”.
Serviço: Edson Cordeiro no show “Fado Tropical” – Amanhã, às 21h, no Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2244, Lourdes). Ingressos: R$ 100 e R$ 50 (meia)