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Segunda-Feira,29 de Abril

Em Belo Horizonte está a síntese da diversidade da gastronomia mineira

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
04/07/2021 às 21:17.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:20

(FRANCISCO DUMONT/DIVULGAÇÃO)

Professora de cinema na Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Ivonete Pinto tem as melhores lembranças de sua passagem pelo Mercado Central, na capital mineira. “Sempre que estou em viagem procuro conhecer os mercados públicos do lugar. Já fui a mercados de Hanoi a São Petesburgo e acabam sendo as lembranças mais vívidas destes países, porque podemos associá-los ao olfato e ao paladar. No caso de BH, fui ao mercado três vezes e sempre comprei café e queijo, que são os produtos mais únicos da cidade”, registra.

É essa memória afetiva que Belo Horizonte vem buscando reforçar em seus visitantes, tornando a gastronomia mineira num dos motores do desenvolvimento da economia da cidade. Um passo importante foi dado com a conquista do selo de Cidade Criativa da Gastronomia, conferido pela Unesco em 2019. Na época, somente 21 localidades no mundo tinham obtido esse reconhecimento.

Hoje, 5 de julho, é celebrado o Dia da Gastronomia Mineira, escolhido em homenagem ao nascimento do escritor Eduardo Frieiro, autor do livro “Feijão, Angu e Couve – ensaio sobre a comida dos mineiros”

“Sem sombra de dúvida, Belo Horizonte é a representação da gastronomia mineira, visto que somos a síntese da diversidade que há no Estado”, afirma Gilberto Castro, presidente da Belotur. “Mesmo pensando num país continental como o nosso, desde a sua construção Belo Horizonte foi povoada por pessoas de vários lugares de nosso estado, fazendo nossa gastronomia muito rica, potente e ampla”.

Ele assinala que a designação da Unesco é resultado de um trabalho conjunto, com o envolvimento de toda a cadeia da gastronomia da cidade, de entidades representativas do setor e restaurantes a chefs de cozinha e produtores dos festivais. “O título traz consigo toda uma responsabilidade e tem uma série de obrigações. No caso do município, em manter essa política pública, de desenvolvimento sustentável e inclusão social”, salienta.

Darklane Rodrigues, subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional, destaca que o título é extremamente importante para o final da cadeia produtiva, mas lembra que, por trás do empreendedor privado, existem várias políticas públicas que contribuem decisivamente.

“No caso da segurança alimentar, a gente faz um esforço muito grande de discutir a gastronomia vinculada à alimentação saudável. De fato, quando você conversa com os chefs, nada mais importante que a tradição e o modo de fazer de cada região, relacionados aos ingredientes. Quais os ingredientes e qual a qualidade deles? É aí que a segurança alimentar entra”, pontua.

Ela observa que é preciso pensar nas formas de produção desse alimento, como uso de agrotóxicos e práticas tradicionais de cultivo. “Enquanto política pública, BH tem investido muito na produção de alimentos. Hoje temos 43 áreas produtivas, ficando mais próximas dos restaurantes e da comunidade. É a lógica da tradição, de pegar o temperinho no quintal”.

Gilberto Castro afirma a importância de trabalhar a gastronomia também como potencial gerador de emprego e renda. “Nosso dever é dialogar e pactuar com o trade turístico, com os atores e as entidades desse universo, para que juntos consigamos prospectar e promover a cidade”, comenta.

Programação especial para divulgar sabores e saberes mineiros

As celebrações pelo Dia da Gastronomia começam hoje e prosseguirão até o final do mês, com várias atividades voltadas para o setor e para os moradores de Belo Horizonte. A intenção da Belotur é valorizar e divulgar os sabores e os saberes mineiros, ressaltando o selo concedido à cidade pela Unesco.

“Queremos mostrar para todo o Brasil que Belo Horizonte surpreende por vários motivos e com a gastronomia não é diferente, sendo ela uma das nossas maiores forças”, destaca Gilberto Castro.

Entre as atividades que acontecerão em virtude da data estão lives, palestras, cozinhas-show, engajamento de mercados, bares e restaurantes, chefs e universidades. Algumas das ações serão promovidas pelos mercados Novo e Central.

O Mercado Central será palco de quatro oficinas sobre receitas e drinques, dentro do seu projeto de cozinha-escola. As oficinas serão gravadas e transmitidas no Facebook da Semana da Gastronomia Mineira e no Instagram do Mercado Central.

Já o Mercado Novo organizará uma ação conjunta com 26 estabelecimentos, que estão criando receitas para comemorar o Dia da Gastronomia Mineira e a designação de Belo Horizonte como Cidade Criativa da Gastronomia.

As oficinas compreendem temas como “Drinks sustentáveis”, ministrada pelo mixologista Victor Quaranta; “Sopa julina sustentável”, com a chef Valdelícia; “Linguine ao pesto de beldroega”, com o chef Edson Puiati; e “Broinha de fubá com queijo do Serro”, com Renato Pires.

Edital

]Em junho, a Belotur divulgou o resultado do Edital de Inverno do Programa 4 Estações, que fomenta eventos com potencial turístico em Belo Horizonte. Dos 70 projetos aprovados, 27 estão relacionados com a gastronomia. Isso significa R$ 780 mil injetados no setor.

Vários desses eventos acontecerão justamente durante a comemoração do Dia da Gastronomia. Entre os eventos estão a Festa Portuguesa, que acontecerá de 19 a 24 de julho; o Prosperidade VI Edição, nos dias 23 a 25; o Minas Dá Samba e Comida Boa, de 31 de julho a 7 de agosto; e os Encontros Criativos da Gastronomia de Belo Horizonte, com início hoje e término em 6 de agosto.

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