Em BH, mostra desvenda arte contemporânea do Irã

Clarissa Carvalhaes - Do Hoje em Dia
29/06/2012 às 08:40.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:11
 (REPRODUÇÃO EUGÊNIO MORAES)

(REPRODUÇÃO EUGÊNIO MORAES)

A partir de sábado (30), a capital mineira recebe uma mostra instigante sobre um país que, indiscutivelmente, suscita muita curiosidade: o Irã. “Pulso Iraniano”, a mostra em questão, ocupa o espaço Oi Futuro com trabalhos de 26 videoartistas e 30 fotógrafos, além de um conjunto de poemas. Trabalhos que versam mais sobre liberdade e alegria do que propriamente sobre guerras e religião.

“Surpreso. Foi assim que me senti quando soube que existiam mais de 100 galerias de arte contemporânea em Teerã”, confessa o curador da mostra, Marc Pottier.
Ele conta que, mais tarde, quando dedicou-se a conhecer mais sobre o panorama artístico daquele país, percebeu o quanto nós, ocidentais, ainda somos pautados pelo desconhecimento. “Franceses, norte-americanos ou brasileiros, todos somos preconceituosos. Por favor, vamos deixar isso de lado. Os iranianos são muito mais, bem mais, do que ‘pessoas que fazem guerra’”, desabafa.

Cinco Temas

Ainda de acordo com ele, a pulsação iraniana (razão do nome da exposição) passaria pela arte. “Eles têm uma inspiração comovente. Vejam suas fotos. Assistam a seus vídeos. Daí o mundo vai entender ao que estou me referindo”.

Para abarcar o maior número possível de artistas que representassem a potencialidade e a abrangência da produção contemporânea do Irã, Pottier convidou uma dezena de curadores para selecionar material.

O resultado são trabalhos que abordam os temas: “A Mulher”, “A Poesia”, “O Espírito de Celebração”, “A Guerra” e “As Tradições”.

Liberdade

Concebida especialmente para a montagem em Belo Horizonte, uma instalação com trabalhos de Arash Hanaei, disposta no corredor vermelho que dá acesso à Galeria de Artes Visuais, conduz os visitantes à imersão na arte contemporânea do Irã. São desenhos digitais da série “Capital”, na qual Hanaei oferece sua visão dos muros, ruas e fachadas de Teerã.

“Ok! As coisas estão difíceis, mas o que podemos fazer para não permitir que o lado ruim prevaleça? Para eles (os iranianos), sempre existe o lado bom das coisas. Evidentemente, não são o povo mais livre da Terra, mas sua arte pulsa pela liberdade e, sim, eles sabem falar de alegria. Eles sabem festejar”, afirma Pottier.

Um olhar poético e até o elemento humor perpassam as obras

“Eles nos transformaram. Eles nos ocultaram. Por vezes nós nos escondemos atrás deles. Por vezes nos perdemos diante deles. Por vezes os vasculhamos em busca de amores perdidos. Apesar deles, por vezes nós escapamos do Mundo Real. Com um toque, por vezes somos deletado”. O poema “Ctrl+Alt+Del”, da iraniana Shadi Ghadirian, é uma das obras presentes em “Pulso Iraniano”, não só na versão texto, como em um curta-metragem.
Assim como a poesia, o curta é um questionamento do papel da mulher na sociedade, e explora as ideias de censura, modernidade e o status das mulheres.

Assista


 

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