Evento atesta fascínio que Clube da Esquina segue exercendo sobre o público

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
06/12/2015 às 12:25.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:14
 (Carlos Henrique/Hoje em Dia)

(Carlos Henrique/Hoje em Dia)

Não é exagero dizer que a esquina formada pela rua Divinópolis com Paraisópolis é meio que um templo. Foi ali, naquela confluência, que nomes como Milton Nascimento, Márcio Borges, Lô Borges, Beto Guedes e Fernando Brant “fundaram” o Clube da Esquina, movimento que, vamos combinar, dispensa apresentações.

Não por outro motivo, muitos fãs fazem questão de ir ao bairro Santa Tereza e apreciar os versos eternizados na placa que passou a identificar o local: “Noite chegou outra vez de novo na esquina / Os homens estão, todos se acham mortais / Dividem a noite, lua e até solidão”.

Caso do baiano Marcelo da Costa Pena, 51 anos. Assim que chegou a BH, ele e a esposa foram direto para “Santê”. “Quis sentir o clima do local, muito marcante na história do Clube”, comenta o empresário, que também passou em frente à casa de Márcio Borges. Marcelo, que conheceu o movimento musical aos 19 anos, se juntou a amigos e, em Salvador, deu início ao projeto “Esquinas de Minas”. Entusiastas da música mineira, os “esquineiros” se reúnem para tocar as canções do grupo.

Não só. Até o aniversário de 50 anos de Marcelo foi temático “Clube da Esquina”. “A banda tocou só canções do grupo”, conta ele, que há algum tempo já preparava presentes para entregar a Márcio Borges e a Flávio Venturini.

Foi agora que, quase dois anos depois, veio a oportunidade. A caixa decorada com fotos dos integrantes do Clube e ingressos de shows foi entregue a Borges na última segunda-feira, durante palestra proferida pelo compositor no CCBB.

Paixão que virou hobby
Sim, para Marcelo a distância de Salvador a BH não foi obstáculo. Mas tampouco para o auditor fiscal Lisandro Ferreira, 41. Acredite, ele enfrentou 900 quilômetros de estrada, mas não poderia perder a “Semana do Clube da Esquina”. “Antecipei minhas férias”, orgulha-se o moço, de Itapeva (SP). Para ele, o movimento é uma combinação de genialidade e sensibilidade. “Conheci as canções aos 16 anos, me identifiquei e fui estudar o movimento”, conta Lisandro, que está sempre de olho na programação dos integrantes do Clube. “Sempre tento conversar com algum deles”.

Mesmo avesso a redes sociais, Lisandro criou, no Instagram, o perfil @mpb.em.fotos, no qual compartilha imagens raras e atuais de músicos. “Em apenas um mês, já tenho mais de 1500 seguidores”, registra ele, que compara o frenesi causado pelos mineiros à beatlemania.

Dúvidas esclarecidas
Com apenas 10 anos, a estudante Erica Firma conhece bem os caminhos percorridos pelo Clube da Esquina. Foi na escola, ao ler o livro “Segredos do Disco Perdido”, que teve o primeiro contato com o movimento. “Fiz trabalhos sobre o Clube da Esquina e quis ouvir as músicas”, conta ela, toda fofa.
Na última segunda, Erica enfim conheceu Márcio Borges. “Fiquei muito feliz. Pude esclarecer as dúvidas que tinha e, agora, quero conhecer o Milton”, avisa ela, que convenceu a mãe a levá-la ao CCBB, onde fez questão de se sentar na primeira fileira, junto ao irmão André, 7 anos.

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