Exposição de Cesarmauricio é a aposta de biblioteca no Verão Arte Contemporânea

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
14/01/2015 às 07:26.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:39
 (Divulgação)

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Dos nove nomes que compõem a programação de artes visuais do Verão Arte Contemporânea, o belo-horizontino Cesarmaurício, 51 anos, está entre eles. Sempre às voltas com os mais diversos segmentos artísticos – além de apostas nas artes plásticas, ele investe na música e tem formação em cinema – Cesar traz para o público a obra “Mural” (uma série de colagens que vai cobrir a passarela de vidro da Biblioteca Estadual Luiz de Bessa até março) e o documentário “Verão no ateliê” – produzido em 2012 enquanto vivia em Barcelona, na Espanha.

“A colagem para mim é uma forma bem contemporânea de fazer arte, estraçalhando e remontando o resto de outras coisas e pessoas, mas no caso do Verão, a ideia é brincar com a transparência da passarela da biblioteca”.

Já o documentário, que será exibido entre as 14h e as 20h do dia 31, na rua Rio Doce, 422, bairro São Lucas, foi feito a partir da ideia de ausência física e simbólica. “Eu usava meu próprio corpo como estrutura, minha solidão e os acontecimentos a minha volta. Estava dentro de um lugar distante, mas ao mesmo tempo presente na ideia de memória e lugar”, conta.

Integrante da extinta Virna Lisi (banda de BH criada em 1989), Cesar recorda que a música só chegou quando ele já estudava artes. “Claro que é difícil lidar com tantos segmentos, mas antes de achar isso prefiro sair fazendo e vendo no que vai dar”, assegura.

Nos últimos anos, Cesar concorda que ficou recluso do cenário artístico. Tempos em que se dedicou à construção (junto com Clarice Libanio) do projeto Favela É Isso Aí. “Nele, pude pensar a obra de outro cara e contribuir de alguma forma, pude estudar cinema e documentário em Barcelona”.

“Além disso – conta ele – , a música também sempre esteve presente. Fiquei compondo com outras pessoas. A Carolina Lima, Lô Borges e o Samuel Rosa, por exemplo cantaram por aí minhas letras. São pessoas de coragem”.

Pai de dois filhos, Cesar tem toda habilidade para cuidar ainda de dois cachorros, dez gatos e oito galinhas em casa, mas garante que o mais difícil é administrar o trabalho dos outros, como no caso da ONG Favela É Isso Aí (da qual é coordenador artístico) e da comercialização dos seus trabalhos. “Eu gosto mesmo é de ficar em casa, mas adorei morar por um ano em Barcelona. Hoje tento voltar a morar fora por um tempo mais longo para estudar mais um pouco de arte contemporânea”, afirma o artista.

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