Família Lima completa 20 anos com disco e DVD

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
14/12/2015 às 07:23.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:19
 (Rafael Kent)

(Rafael Kent)

“A gente já fica feliz só pelo fato de termos chegado a 20 anos de carreira!”, diz Lucas Lima, integrante da Família Lima que, na esteira do marco, lança o CD e DVD “20 Anos”, com participações de Andreas Kisser, Xororó e Sandy. “Fazendo qualquer estilo musical, chegar aqui não é uma coisa fácil”, diz, acrescentando que, quando o que está em jogo é música clássica – e em família –, é ainda mais improvável que dure tanto tempo. “Vale a pena, porque estamos seguindo o que a gente ama, que é fazer música com muito respeito à arte em si”.
 
Lucas constata, feliz, que o público do grupo não para de crescer. “Acho que pelo fato de estarmos fazendo uma música que, como o nome já diz, é clássica – portanto, ‘pega’ pessoas de todas as idades e em todas as épocas. Obras que já estão aí há mais de 300 anos, nunca saem da moda”.

Junto a Amon, Zeca, Moisés e Allen, Lucas revê, no projeto, as canções mais pedidas do público, como “Primavera” e “Funiculí Funiculá”, além das que fazem parte do repertório do grupo, como a abertura de “Carmina Burana”.
 
“O set list foi cuidadosamente escolhido para lembrar quem a gente era, representar quem a gente é e dar uma prévia do que queremos ser. Nesses 20 anos, a Família Lima teve música em novela, em rádio, fizemos todo tipo de trabalho que pudemos enquanto artistas e, agora, queremos saber o que mais podemos fazer”, diz, sincero. (PC)
 
Confira, a seguir, outros trechos da entrevista de Lucas Lima ao Hoje em Dia

Como é a relação de vocês com o público mineiro, ao longo desta  história que já soma 20 anos? Com que constância vêm aqui? Acreditam que vão voltar a bordo do novo projeto? Têm vindo em eventos fechados?

Minas foi o segundo estado fora do Rio Grande do Sul onde fizemos show. Tocamos muito em Alfenas, em Belo Horizonte e depois pelo o estado inteiro. Temos um histórico grande com Minas, vamos direto, às vezes com show aberto e muitas vezes com shows fechados para empresas e eventos corporativos. Gostamos muito de Minas, é um Estado muito especial e a gente, com certeza, vai voltar com o projeto novo, só estamos aguardando o convite!

Como foi arquitetado esse combo CD + DVD alusivo às duas décadas de estrada? A presença de Kisser, em particular (na faixa "Mourão", de Guerra-Peixe, chama a atenção... Como foi se processando essa aproximação?

A ideia de fazer o CD e DVD de comemoração meio que sempre existiu, fizemos isso nos dez anos de banda. Realmente, é uma data muito importante, é um feito importante ter 20 anos de carreira e a gente queria comemorar isso. Nesta fase da carreira, queríamos trazer uma coisa diferente, que não tínhamos feito antes. Foi daí que veio a ideia de trazermos as músicas de compositores clássicos brasileiros, que são extremamente conhecidos lá fora, mas que, muitas vezes, aqui no Brasil o pessoal nem sabe que existem. E uma maneira que encontramos de chamar mais atenção para isso foi trazendo convidados especiais que não fazem música clássica no seu dia a dia, mas que têm qualidade musical, carreira e relevância artística para adicionarem sua própria voz a essas obras consagradas. O que fazemos sempre é pegar a música clássica e dar a ela a nossa voz, nossa leitura, e optamos neste projeto, por adicionar, à música clássica, também a voz de outros grandes artistas. O Andreas é nosso amigo há bastante tempo e é um cara cuja carreira a gente respeita muito, não só no Sepultura como na sua carreira solo e no De La Tierra também. Além de ele ter uma relação muito próxima com a música clássica, porque ele toca violão clássico também. Ele adorou a ideia, comprou aquilo que a gente propôs e participou dessa música que é erudita mas que tem influências da música nordestina, o que tem um pouco a ver com a própria carreira solo do Andreas. Então, foi golaço por todos os lados, todo mundo ficou muito feliz e foi uma honra ter um artista que é tão respeitado, conhecido no mundo inteiro e que tem um corpo de trabalho tão imenso na nossa comemoração. Ter um cara desses no nosso DVD é um privilégio!

Bem, claro, gostaria que falassem também das presenças de Sandy e Xororó...

A ideia de chamar o Xororó para tocar viola caipira na música "O Trenzinho do Caipira" foi um dos para todo o conceito do DVD. É uma música muito conhecida, já foi gravada milhões de vezes e até cantada com uma letra que não vem da obra original. Optamos por não usar voz, fizemos só instrumental como é a original, mas quisemos dar a nossa visão que foi acrescentar o ritmo sertanejo, a viola caipira à partitura original do Villa-Lobos, e eu acredito que adicionou um significado na música que nem sempre ela carrega e, como artista intérprete, tem poucas coisas mais legais do que isso. E a música que a Sandy cantou, "Coração Triste", é uma canção incrível, de outro compositor erudito brasileiro chamado Aberto Nepomuceno e com letra de Machado de Assis, escrita na época, não é aquele lance de ‘musicar uma poesia’, foi escrita para isso. É uma obra de arte incrível, e ter a voz da Sandy para cantar essa música, meu Deus, eleva o valor artístico à milésima potência.
 

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