Festival em BH e outras 11 cidades do país celebra os 75 anos de Bruce Lee

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
22/11/2015 às 11:48.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:02
 (Editoria de artes - Hoje em Dia)

(Editoria de artes - Hoje em Dia)

O corpo franzino significou esperança para muitos garotos que apanhavam na escola. Nas décadas de 1970 e 80, ainda não se falava em bullying e o único jeito de não aparecer com olho roxo em casa era ter em Bruce Lee um modelo. Nessa época, as academias ficaram abarrotadas de alunos, encantados com os filmes do ídolo capaz de derrubar um oponente apenas com o polegar.

Pouco mais de três décadas depois, Lee virou um mito pouco visto e praticado. Para mudar essa história, um festival, com início nessa quinta (26), nas salas do Belas Artes e em outras 11 cidades do país, busca jogar luz novamente sobre o trabalho cinematográfico do lutador. Já a filosofia e as técnicas de luta estão sendo preservadas numa academia no bairro Floresta, em Belo Horizonte.

Ricardo Aguiar, Uriatan Dutra e Igor Corrêa defendem, literalmente, os princípios do Jeet Kune Do, estilo criado por Bruce Lee que, durante um bom tempo, estava reservado aos discípulos diretos do mestre. Nos últimos anos, porém, a viúva de Lee resolveu que era hora de disseminar pelo mundo o “caminho do punho que intercepta”, tradução de Jeet Kune Do.

"Para evitar que as pessoas caíssem no conto do vigário, com professores de caráter duvidoso que usavam o nome de Bruce Lee”, observa Alexander Terra, que trouxe a técnica para o Brasil e criou, em 2006, a Associação Brasileira Jeet Kune Do, a primeira associação oficial da América do Sul, sediada em Alfenas, onde também funciona a sua academia.

“Não pode ser considerado um estilo. É uma metodologia que trabalha a física dos movimentos a partir da estrutura corpórea dos indivíduos”, explica Alexander. Tudo se resume a, basicamente, dominar o melhor alinhamento do seu corpo para aumentar a velocidade do golpe. Sim, um único soco pode jogar seu adversário longe, sem exagero.

Memória muscular
Não é preciso pintar paredes ou encerar carros como o Daniel Larusso de “Karatê Kid”, mas é verdade que se passa mais tempo trabalhando o corpo do que lutando. Num treino, chega-se a repetir 500 vezes um movimento, para se criar uma “memória muscular”. Muita gente acaba desistindo no meio do caminho. Mas a persistência tem suas vantagens.

“Um aluno que estuda dois anos tem um potencial maior do que um faixa preta de qualquer arte marcial. O Jeet Kune Do não está preocupado com a beleza dos movimentos, mas sim com a sua eficiência”, garante Alexander. Quem entra, não será testado em competições. “Não é uma luta esportiva. Não temos também sistema de faixas. Distinguimos apenas o instrutor, o professor e o aluno”, alerta Uriatan.

Foto: Ricardo Bastos - Hoje em Dia

O CORPO AGRADECE – Com o estilo, Uiratan (à direita, ao lado de Ricardo) aprendeu a entender melhor o seu corpo

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