Filme mostra corrida contra o tempo para salvar trabalhadores presos numa mina

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
06/12/2021 às 09:11.
Atualizado em 08/12/2021 às 01:13
 (Imagem/ Divulgação)

(Imagem/ Divulgação)

Não é difícil entender a razão de Bruce Willis ser escalado até hoje para filmes do gênero de ação, já que o ápice da carreira dele está ligado à franquia “Duro de Matar”. No caso do irlandês Liam Neeson, ator que começou protagonizando produções dramáticas e históricas, a melhor explicação é James Stewart.

Um dos intérpretes prediletos de Alfred Hitchcock, Stewart representava com muita propriedade a ideia de um homem médio que, inesperadamente, se vê envolvido num grande problema, valendo-se de sua astúcia para resolvê-lo. Neeson empresta essa mesma característica a papéis como o de Mike McCann, de “Missão Resgate”.

Em cartaz nos cinemas, o longa-metragem de Jonathan Hensleigh traz um caminhoneiro comum que, sem trabalho, aceita levar um contentor de gás para uma mina onde operários foram soterrados e têm pouco tempo de vida. McCann e outros dois motoristas lutam contra o relógio e o clima gélido do Canadá para cumprir o objetivo.

O roteiro levará ao extremo o enfrentamento a essas duas adversidades, a partir de um fato real – as perigosas estradas de gelo, na verdade rios que congelaram durante o período de inverno, usadas para transporte de carga. É o personagem de Neeson quem conduz o nosso olhar sobre essa exposição de grande fragilidade.

Competição

A Natureza é fonte de desafio constante, mas como já visto em outros filmes do ator, o elemento humano potencializa as dificuldades. Em muitos dos trabalhos de Neeson, o subtexto é a nossa competição selvagem, motivada por interesses egoístas, oriundos principalmente das instituições.

Ponto que, ao mesmo tempo, é um dos trunfos e um dos defeitos de “Missão Resgate”. As incessantes cenas de ação da meia hora final, com um vilão que ressuscita a todo momento, acabam eclipsando o entendimento da luta de pessoas comuns contra um perigo ainda mais terrível, envolvendo relações de exploração trabalhista.

McCann torna-se apenas um veículo, assim como o caminhão que dirige. Sabemos que é um homem íntegro, mas é uma informação ínfima diante da possibilidade de uma construção mais complexa – sentimentos como culpa e arrependimento, provocados por decisões apressadas, viram uma poeira de gelo no retrovisor.

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