Filme ‘Segunda chance’ coloca em debate valores sociais

Lady Campos - Hoje em Dia
05/10/2015 às 08:14.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:56
 (Califórnia/Divulgação)

(Califórnia/Divulgação)

O que pode parecer o certo é o errado. E vice-versa. Soa, num primeiro instante, como uma dessas frases simplistas de auto-ajuda, mas “Segunda Chance” (em DVD, pela Califórnia) consegue explorar esse tema sem cair em lições moralistas fáceis.   É uma característica da diretora dinamarquesa Susanne Bier, egressa do movimento Dogma 95, com “Corações Livres”. Ela já pôs em debate questões amplas, como traição, violência infantil, divisões de classes e crises geopolíticas.   Sua ótica, porém, embaralha um pouco aquilo que é dado como indiscutível. Em “Segunda Chance”, por exemplo, não seria difícil concordar com a postura de um policial de bom coração que rouba o bebê de um casal de drogados após o seu filho morrer.   Temos uma autoridade, um homem de grande qualidade e o “salvamento” de uma criança. Do outro lado, é muito fácil desgostar do traficante violento e desagradável e sua esposa omissa, que preferem ficar doidões a cuidar do recém-nascido.   Falsas aparências   É como se o policial tivesse posto as coisas nos lugares corretos, ajudando ainda a incriminar o pai desleixado. Mas Susanne problematiza, vendo aí uma solução superficial para uma questão mais complexa, em torno de falsas aparências e convicções.   É possível enxergar nesse drama individual, de um policial em crise familiar e profissional, uma abordagem macro, em torno da política internacional, em que a ética é muitas vezes deixada de lado em nome da paz mundial, matando milhares de pessoas para poupar outras.   O filme só deixa a desejar em seu desfecho, desnecessariamente redentor. Perde-se a oportunidade de abrir outra porta, mais realista, em que o policial virasse herói dessa sociedade que tem como certos os valores da classe dominante.   Documentário íntimo do vocalista do Nirvana acaba de ser lançado em blu-ray   Elogiado como um dos mais inovadores e íntimos documentários de todos os tempos, “Cobain – Montage of Heck” acaba de ser lançado em blu-ray pela Universal.   Dirigido por Brett Morgen, mostra um lado pouco conhecido de Kurt Cobain, o vocalista do Nirvana que se suicidou em 5 de abril de 1994, com um tiro na cabeça.   Morgen teve acesso ilimitado aos arquivos do músico, encontrando vídeos caseiros que acompanharam Cobain desde a infância até os seus últimos dias, e realizou entrevistas exclusivas com membros da família.   O filme se desdobrará brevemente num álbum com 31 faixas inéditas, intitulado “Montage of Heck: The Home Recordings”, que, entre outras curiosidades, traz um cover de “And I Love Her”, dos Beatles.

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