Filme sobre a emocionante história da atleta mineira Bete do peso é destaque na TV

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
17/12/2014 às 07:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:24
 (KM 70/DIVULGAÇÃO)

(KM 70/DIVULGAÇÃO)

Kiko Mollica não esconde o seu desejo de transformar a vida da atleta mineira Maria Elisabete Jorge numa grande história de ficção para o cinema. Da mesma cidade – Viçosa – de onde uma ex-lavadeira surpreendeu o mundo ao participar, com 43 anos, dos Jogos Olímpicos de Sydney, na categoria de levantamento de peso, ele sabe que tem, ali, ingredientes para um perfeito drama de superação.

Por enquanto, essa história está sendo contada no curta-metragem “Bete do Peso”, que irá ao ar nesta quarta-feira (17), às 21h, no canal pago ESPN, como um dos integrantes do projeto “Memória do Esporte Olímpico Brasileiro”. Com 26 minutos de duração, o filme mostra as origens pobres de Maria Elisabete e a determinação que fez enfrentar todos os preconceitos para se tornar a primeira levantadora de peso a defender o Brasil numa Olimpíada, em 2000.
Concorda que a cena em que Maria Elisabete mostra o local onde estão guardados os seus troféus, sem poder preservá-los como deveria, é muito representativa da falta de memória e de reconhecimento no esporte brasileiro?

Esta talvez seja a cena mais emblemática do filme. Aquela situação dos troféus não é um descaso da Bete, mas da nossa sociedade. Falta apoio aos atletas, depois do ápice de suas carreiras. Faltam oportunidades depois que eles param de ganhar medalhas, principalmente para aqueles que não pertencem à classe média. Gosto muito da cena porque mostra poeira e ferrugem deteriorando ouro, prata e bronze. Um passado de glória e um presente de dificuldades dividem a tela. Acho que o projeto “Memória do Esporte Olímpico Brasileiro” é um importante passo para reverter esse quadro. Conhecer e valorizar a nossa história é a única saída para o nosso futuro.

O que a história de Maria Elisabete tem para nos ensinar?

A Bete é uma guerreira. É alguém que nadou (e nada) contra a corrente. É disciplinada e determinada, características necessárias para realizar nossos sonhos. Tem uma generosidade incomum dos dias de hoje. Aquela rara preocupação com o próximo. Esse contato só me proporcionou alegria. Esse filme me levou de volta à cidade onde eu nasci e me permitiu resgatar uma grande e verdadeira amizade. Ele me reaproximou das coisas simples dessa vida (que é o que tenho mais valorizado ultimamente). Enfim, acho que a Bete é a inspiração em carne e osso.
Você tem intenção de transformar o curta num longa ou fazer uma ficção?

Esse filme foi o maior exercício de síntese que já encarei. Temos um corte de 45 minutos que gosto muito. Mas precisamos passar a faca, devido ao compromisso com a grade de TV. Sendo assim, muita coisa legal ficou de fora. Não só sobre a Bete, mas também sobre a história do levantamento de peso em Viçosa. A Bete está viva e sua vida segue em transformação. Esse ano (aos 57 anos de idade) ela começou a fazer faculdade de Educação Física. Bravo! Também começou a trabalhar, eventualmente, como árbitra. Impossível não pensar em um longa.
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por