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Segunda-Feira,29 de Abril

Filmes homenageiam pais e filhos separados pela Covid-19

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
04/06/2020 às 09:38.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:41

(PAULA MELO/DIVULGAÇÃO)

O cineasta Jean Mendonça vive em Belo Horizonte e o filho dele, João Bernardo, de 10 anos, está no Rio de Janeiro. Além da distância geográfica, entre eles surgiu uma pandemia que aumentou ainda mais a dor pela falta de convívio. Angústia que Mendonça resolveu aplacar a partir da realização do curta-metragem "Aos Meus Olhos", que será disponibilizado neste sábado, no YouTube.

"Moro num hotel na Praça Sete, num quarto de parede branca, o que aumenta a sensação de solidão. O filme reflete a possibilidade de uma manutenção afetiva a partir dos encontros virtuais em meio a uma pandemia", observa o cineasta, que é consultor de informática, professor e estudante de curso de roteiro.

O filme busca mostrar que as relações de pais e filhos podem ser estabelecidas momentaneamente com um simples telefonema, uma proposta de jogo eletrônico em sala virtual ou até mesmo uma videochamada. Proposta que o motivou a fazer uma trilogia, envolvendo as duas filhas e a mãe.

Protagonistas de 'Sem Horas de Mim", Rafaela e Gabriela, de 25 e 26 anos respectivamente, são frutos do primeiro casamento de Mendonça e residem na capital mineira. O fato de morarem mais perto, no bairro Caiçara, região Noroeste da capital, não evitou que ficassem sem se ver, devido ao cumprimento da determinação de isolamento social. 

"Este mostra a minha relação com a cidade a partir do meu apartamento. Em determinado momento, eu entro em pânico por achar que estou infectado e corro à farmácia para fazer um teste rápido. Horas depois eu relato isso para elas, por videoconferência, saindo daí um certo humor ácido", registra Mendonça.

O terceiro filme, "Mãezinha", média-metragem em fase de montagem, acompanha o dia a dia da mãe de 70 anos, que mora sozinha na cidade de Pirapora. Para este trabalho, ele precisou contar com a ajuda da irmã para filmar a rotina dela, como os momentos de oração e de afazeres domésticos.

"Ela está sozinha numa casa relativamente grande, em que moravam cinco filhos e o meu pai. Agora minha mãe está sozinha, em isolamento. Como os outros dois filmes, busco mostrar, de forma simples, que as relações familiares podem ser fortalecidas por mecanismos como a internet", analisa.

Acompanhe o trailer de "Aos Meus Olhos":

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