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Gandelman homenageia Casé em ‘O sax da gafieira ao sambajazz’

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
Publicado em 30/08/2015 às 10:14.Atualizado em 17/11/2021 às 01:33.

Leo Gandelman toma emprestado do saudoso Paulo Moura (1932 – 2010) uma frase sobre o talento do saxofonista José Ferreira Godinho Filho, o Casé (1932 – 1978): “Era o nosso Charlie Parker”, ratifica. Tendo se notabilizado no mesmo instrumento que o artista, que fez fama entre as décadas de 50 e 60, o carioca Gandelman presta sua reverência particular a Casé no recém-lançado disco “Velhas Ideias Novas: O Sax da Gafieira ao Sambajazz”.

“Comecei a minha carreira artística na avenida Rio Branco, onde Casé era um mito, um ídolo. Toquei com várias pessoas que o conheceram”, conta, ao Hoje em Dia, Gandelman, que, tempos depois, conheceu o músico e jornalista Fernando Lichti de Barros, autor da biografia “Como Toca esse Rapaz” (2010).

“Comecei a ler e me empolguei. Meu pai (Henrique Gandelman, violonista e maestro) teve uma orquestra, e, em 1956 – ano, aliás, em que nasci – , fez um disco ... Fui juntando pensamentos, sentimentos e cheguei a esse formato”, rememora ele, para quem Casé simboliza a passagem do samba de gafieira ao sambajazz. “Sua música tinha sotaque brasileiro, mas ele sabia tudo do be bop. O improviso era importante, para estender a música, enquanto as pessoas estavam na pista, dançando, o que veio desembocar no sambajazz”.

Escolha

Antes de esquadrinhar o repertório à reportagem, Gandelman frisa: “Sou um pesquisador não acadêmico”, diz. Algumas faixas, foram escolhidas por razões sentimentais– caso de “Menina Moça”, eleita por remeter ao avô do músico, que sempre a cantarolava. O trio de canções que abre os trabalhos – “Feito de Oração” e “Feitiço da Vila”, ambas de Noel Rosa e Vadico; ou “Se Acaso Você Chegasse”, de Lupicínio Rodrigues; também foi uma seleção pessoal.

“As outras foram surgindo de várias maneiras. ‘Quem Quiser Encontrar o Amor’, já curtia há tempos e caiu como uma luva, da mesma forma que ‘Tamanco no Samba’ do Orlandivo. Em uma conversa com o Tárik (de Souza, crítico), ele me falou que ‘Menina Moça’ também é um sambalanço. Não sei...”

“Amor Proibido”, de Cartola, Leo sempre quis gravar. Sobre outra faixa, “A Flor e o Espinho”, o músico abre um parêntese: “Como instrumentista, nem sempre presto tanta atenção assim na letra, de início, mas há anos sou atraído por essa, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, que é muito forte”.

No geral, ele diz que cresceu muito com esse trabalho, que, apresentado na Sala Cecília Meirelles, lotou o espaço. “Foi uma noite muito especial”, diz Gandelman, enfatizando que, no que tange à critica, o trabalho também foi muito bem entendido.

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