
Jason Reitman conseguiu superar J. J. Abrams – produtor que retomou franquias famosas como “Star Wars” e “Star Trek” – ao mostrar extrema fidelidade aos filmes originais que inspiram “Ghostbusters – Muito Além”, em cartaz nos cinemas.
A receita tinha todos os ingredientes para dar errado: mudança da trama para o interior, passagem de bastão para os filhos e netos dos personagens principais, “herdeiros” que desconheciam os feitos dos antepassados e crianças como protagonistas.
Jason, que é filho de Ivan Reitman, diretor dos dois primeiros longas, lançados em 1984 e 1989, valeu-se desses elementos para fazer uma deliciosa homenagem, carregando “Muito Além” do mesmo espírito, mescla de humor, ação e mistério.
É impossível para os fãs não se emocionar com o tributo a Harold Ramis, um dos quatro caça-fantasmas da primeira geração, falecido em 2014. Ele é um dos criadores da história e, mesmo sem poder contribuir em vida, tem papel fundamental na sequência.
Além de resolver de forma inteligente a ausência de Ramis, o roteiro retoma várias ideias da produção de 1984, não só para alimentar a nostalgia dos fãs – da aparição de um biscoito que só os mais aficionados captarão à volta do inimigo Gozer.
A trilha sonora, com direito à canção-tema de Ray Parker Jr., traz a mesma atmosfera, comentando com humor boa parte das cenas. Os efeitos especiais, ao contrário do que se vê hoje, são apenas coadjuvantes de uma narrativa bem construída.
O tom leve de mistério é reprisado com sucesso, especialmente no início e no desfecho, quando a homenagem a Spengler ganha ênfase, preparando a trama para os empolgantes e divertidos momentos finais com os insólitos heróis – novos e antigos.
O , por sinal, já dá o tom da próxima aventura, quando o pós-créditos apresenta duas cenas: uma para os fãs, com uma presença mais do que especial, que referencia o primeiro “Caça-Fantasmas”; e outra que antecipa o retorno à velha e boa Nova York.

O Homem-Formiga Paul Rudd assume o lugar de Rick Moranis, como um dos porteiros de Gozer