Glaucia Nasser dá novas versões para sucessos da música mineira

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
22/11/2015 às 12:20.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:02
 (Divulgação )

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A ideia de cantar Minas Gerais sempre esteve de alguma forma na mente de Glaucia Nasser, mas isso só poderia acontecer se o resultado pudesse ser diferente, se as gravações pudessem trazer algo de novo para as pérolas que já temos muito bem registradas por grandes cantores e instrumentistas.

Um projeto ligado ao seu Estado natal só pôde ser concretizado quando o produtor Alexandre Lemos sugeriu fazer um álbum de voz e viola caipira com faixas que contassem a história da música nas Alterosas.

A ideia pegou a cantora de Patos de Minas – radicada em São Paulo há seis anos – em cheio, foi logo colocada em prática e transformada no disco “Em Casa”. Chamaram o violonista a Sandro Prêmmero e selecionaram um repertório que vai de Ataulfo Alves e Ary Barroso a Toninho Horta, passando por Milton Nascimento, Celso Adolfo, João Bosco, Paulinho Pedra Azul e outros.

Músicas bem conhecidas, como “Jardim da Fantasia”, “Nascente” e “No Rancho Fundo”, com arranjos minimalistas, focados especialmente na sonoridade da viola.

“Se a escolha fosse racional, talvez eu não tivesse colocado ‘Clube da Esquina’ 1 e 2, teria escolhido uma só. Mas são duas músicas tão importantes tão profundas, queria cantar as duas”, conta Glaucia.

“Queria cantar o que ouvi na minha infância e adolescência, coisas que me ajudaram a formar meu caráter, a minha alma. Mas deixei um oceano de músicas do lado de fora”.

Lembranças

Glaucia, que não conta a idade de jeito nenhum – mas admite que já celebrou o aniversário de 39 anos algumas vezes –, aprendeu a ouvir essas canções mineiras em casa. A mãe dela gostava de comprar discos bem variados e a programação da rádio em Patos de Minas costumava ser eclética, trafegando entre o refinado e o popular.

“Começava o dia ouvindo sertanejo, passava a tarde ouvindo MPB e terminava com rock”, lembra a artista. “Era uma época em que nós íamos para a casa dos amigos somente para ouvir música, algo que não se faz mais”.

Adiado

“Em Casa” é o sexto disco de carreira de Glaucia, o terceiro feito após a mudança para São Paulo. Ano passado, ela chegou a lançar “Talisman”, ótimo álbum de jazz feito com o guitarrista americano Sammy Figueroa.

Estava prevista uma turnê referente a esse trabalho por cidades brasileiras, mas o dólar alto acabou adiando os planos. Isso porque os músicos envolvidos no projeto são todos “gringos”.

Show dedicado à história de Juscelino Kubitschek também está na agenda

Enquanto os shows referentes ao álbum “Em Casa” começam a ser agendados pelo país, Glaucia se debruça sobre um outro projeto. Este ano, em São Paulo, estreou o espetáculo “Uma Noite com Juscelino Kubitschek”.

Trata-se de uma apresentação recheada de músicas de diferentes autores (inclusive assinadas por ela) que dialogam de alguma forma com a história ou a personalidade do homem que foi presidente do Brasil de 1956 e 1961. “Vivalda” e “Peixe Vivo”, conhecidas por serem as favoritas do político, também estão no roteiro.

As canções são apresentadas em meio a projeções de imagens e citações – algumas delas, de textos da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, que tem investido na investigação sobre a morte de JK – num acidente de carro em 1976 que poderia ter sido provocado.

“Há um texto da comissão que mostra que os militares estavam dispostos a caçar Juscelino, acusando-o de ser comunista. Se não desse certo, iriam jogar seu trabalho na lama, com uma estratégia de desmoralização”.

Dez cidades

O patrocínio para esse projeto já foi acertado e Glaucia vai viajar com uma grande equipe (são dez pessoas envolvidas), em 2016, para apresentar o espetáculo em dez cidades. Diamantina e Belo Horizonte devem entrar no roteiro.

“Em meio a esse projeto, vi um monte de gente apaixonada pelo Juscelino. Ele tinha uma grande simpatia. Eu não tinha noção da grandiosidade, nem dele nem do período em que ele foi presidente do Brasil”.

Foto: Arquivo hoje em dia

AMADO – Juscelino Kubitschek foi um dos presidentes mais populares do país

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