MÚSICA

Ivan Lins fará homenagem às mulheres em show com Toquinho, no Palácio das Artes

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
07/03/2022 às 13:06.
Atualizado em 07/03/2022 às 13:06
Cantor de "Madalena" (ao lado de Toquinho) gravará disco jazzístico nos Estados Unidos (Divulgação)

Cantor de "Madalena" (ao lado de Toquinho) gravará disco jazzístico nos Estados Unidos (Divulgação)

O repertório do show que reunirá Ivan Lins e Toquinho, nesta quinta-feira, no Grande Teatro do Palácio das Artes, será praticamente o mesmo da apresentação que lotou o mesmo espaço em 2019. Mas a triste realidade brasileira levou o cantor de “Madalena” a adicionar uma música dedicada às mulheres.

Ele incluiu “Chega”, canção de 1974 presente no álbum “Modo Livre”, lançada como um manifesto à ditadura militar. “Vou cantá-la face à essa realidade dura da violência contra a mulher. É preciso cantar isso. É violência demais. Os dados do feminicídio no Brasil são horríveis”, lamenta o artista de 76 anos. 

Toquinho e Ivan Lins se apresentarão individualmente e, no último movimento do show, subirão juntos ao palco para entoar alguns sucessos da MPB, como “Amor e Paz”, de Tom Jobim e Vinícius de Morais, “Quem Te Viu, Quem Te Vê”, de Chico Buarque, além de hits da dupla.

Eles se conhecem há 50 anos, mas só mais recentemente resolveram juntar, num mesmo show, uma música com fortes raízes na bossa nova. “Somos amigos de longa data. Houve uma época, quando ainda jogava futebol, lá pelos anos 80, que sempre o enfrentava”, diverte-se o ex-zagueiro.

Com o mesmo empenho com que defendia o seu time, formando uma famosa dupla de beques com o também cantor Fagner (“só passava um pela gente: a bola ou o jogador”, lembra), Ivan Lins também sempre fez questão de ter independência em relação aos seus trabalhos musicais.

Essa liberdade lhe trouxe vários problemas com as gravadoras. Um dos seus melhores discos, “Quem Sou Eu?”, que está completando cinco décadas de lançamento, foi boicotado pela Phillips e “vendeu apenas duas, três cópias”, com o cantor recebendo, em seguida, o “bilhete azul”.

“Fiz um contrato para três discos. O primeiro foi um estouro. O segundo não vendeu nada, pois eu pus as músicas que queria. Eles ficaram passados comigo e, entre aspas, me obrigaram a fazer o terceiro para poder me mandar embora”, recorda. Apesar da data comemorativa, nenhuma canção desse disco estará no show.

No dia seguinte à apresentação em BH, Toquinho e Ivan Lins serão atração em Goiânia. No sábado, em Brasília. Depois o cantor partirá para uma agenda internacional. “Terei uma agenda boa na Europa e depois irei para os Estados Unidos, onde gravarei um disco mais jazzístico”, adianta.

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