Entre as várias iniciativas interessantes do Verão Arte Contemporânea (VAC), está a possibilidade de uma interação maior entre público e artistas que se dispõem a abrir seus ateliês a visitantes. Na edição 2014 do festival, quem participa da ideia é Leonora Weissmann, que no dia 15 de fevereiro abre as portas de seu cantinho de criação.

Mas não ligue se a artista de 31 anos não puder atender à porta prontamente. Daqui um mês, Leonora estará com foco voltado para Isadora, segundo fruto do casamento com o músico Rafael Martini que nasce esta semana. Ou seja, o projeto “Verão no Ateliê” dará a oportunidade para o público conhecer Leonora em um dos momentos mais importantes de sua vida.

O retrato é o principal foco do trabalho de Leonora – influência da mãe, Selma, famosa por ter uma linguagem peculiar em tratar a figura humana. O enfoque dado aos detalhes dos rostos é sua principal característica. “Para mim, não existe método. Cada rosto é um ponto de partida e gera um resultado diferente”, diz a artista, que trabalha tanto com modelos vivos quanto com fotografias. “Quanto mais conheço a pessoa, melhor é o trabalho. Se tiver acesso somente a uma foto, vejo apenas um ponto de vista sobre ela”.

Uma boa amostra do trabalho da artista é a série “Adentro Floresta Afora”, que esteve em cartaz na Galeria de Arte da Cemig em 2013 e este ano deve seguir para o Rio de Janeiro, para ser exposta pela curadora Martha Pagy. Bastante procurada é a série “Ídolos”, com pinturas de famosos como Björk e Freddie Mercury. Os amigos também são modelos constantes – como Sérgio Pererê, o modelo da atualidade. “Gostava de passar datas comemorativas pintando. O Mestre Jonas (morto em 2011) vinha sempre passar Natal comigo e sempre o pintava. Fiz uns quatro retratos dele assim”.

Discos e música

Com a rotina de mãe e os vários projetos de arte gráfica para discos que têm surgido cada vez com mais intensidade (no fim de 2013 foram seis trabalhos nessa área), Leonora teve de abandonar a vida de professora universitária na Escola Guignard e na Escola de Belas Artes da UFMG. Mas a música não foi deixada de lado. Ela canta em projetos de amigos e se prepara para participar do primeiro álbum do projeto ANA – Amostra Nua de Autoras, com outras sete cantoras/compositoras. A gravação acontece em março. 

“Verão no Ateliê” com Leonora Weissmann na rua Paraíba, 1061, 15 de fevereiro, das 15h às 20h.

Início da 8ª edição do VAC tem foco nas artes visuais

Novamente com a proposta de oferecer uma programação intensa e multidisciplinar, o Verão Arte Contemporânea (VAC) abre sua 8ª edição esta noite, com um evento fechado para convidados no Centro Cultural Banco do Brasil. O projeto se estende até o dia 16 de fevereiro, com 57 atrações divididas nas mais diferentes áreas: teatro, cinema, artes visuais, gastronomia, literatura, fotografia e outras.

Na abertura de hoje, o público vai conferir a instalação “Desusáveis – Inventário Interativo”, que busca um debate sobre o passado a partir de objetos comuns resgatados de gavetas esquecidas, caixas velhas e malas antigas, que poderão ser trocados por outros objetos, levados pelos convidados. Haverá ainda a apresentação do Grupo de Percussão da UFMG, sob a direção de Fernando Rocha, e a intervenção visual-musical “Furores Abstratos”, uma mistura de sonoridades e projeções realizada por Francisco César, Daniel Nunes e Priscila Amoni.

Mostras

Para o público geral, os primeiros dias de VAC são focados nas artes visuais, divulgando as várias parcerias do projeto com eventos em cartaz na cidade. A programação chama a atenção para algumas exposições que estão em cartaz na cidade, como “Esquizofrenia Tropical” (reunião de projetos fotográficos), que fica no Museu de Arte da Pampulha (av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585)até dia 9 de fevereiro, e “Paisagens Humanas, Paisagens Urbanas” (fotos de Chichico Alkmim), que fica até dia 16 de fevereiro no Memorial Minas Vale (Praça da Liberdade).

A Mini Galeria também participa do VAC com a exposição “Atlas”, em cartaz entre quinta-feira e o dia 8 de fevereiro, no Espaço Mari’Stella Tristão, do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537). São obras de 13 artistas.

Compartilhar