Lilia Schwarcz e Heloisa Starling fazem um texto convidativo para a história do Brasil

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
17/05/2015 às 10:02.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:03
 (Reprodução)

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Livros de história do Brasil há aos montes em bibliotecas e livrarias. Mesmo assim, “Brasil – A Biografia” (Companhia das Letras), de Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling, chega ao mercado com ares de novidade. A história em si é a mesma que todos conhecemos, mas o tratamento sobre o texto (extremamente convidativo) e o tom interpretativo são diferenciais de peso.
Como Lilia é antropóloga e Heloisa é historiadora (e professora da UFMG), a obra transita tranquilamente por diferentes áreas das ciências humanas. O foco não é apenas sobre os homens e mulheres que já estão nos livros didáticos, mas também sobre a gente comum que vivenciou cada mudança ou permanência. Aqui o personagem que antes era chamado de escravo passa a ser colocado como escravizado, por exemplo.
“Essa união entre nossas diferentes especialidades (antropologia, história, ciência política) faz com que busquemos não só narrar mas também interpretar diferentes momentos de nosso biografado. Também nessa perspectiva ela une política, com economia, sociedade e cultura”, afirma Heloisa, explicando que, no livro, cultura não é produto, mas produção de valores e significados do país.
Um dos pontos altos de “Brasil: A Biografia” é o texto introdutório, em que as autoras constroem um retrato sociocultural do Brasil, apontando suas qualidades, defeitos e contradições, tendo como base as teorias de grandes pensadores do país.
“O nosso objetivo foi pensar que todo país carrega um problema e merece uma história. Mas a ideia central é mostrar como história não é algo de dois mais dois. É encruzilhada, imponderável e narra uma ou muitas vocações. Sobretudo, história não é ofício de colecionar fatos. São as perguntas que fazemos previamente que fazem dela uma narrativa”, explica.

Amplo   Além dos acadêmicos, as autoras esperam conseguir atingir um público maior. “O Brasil anda indignado e querendo se apalpar. Quem sabe esse livro não possa se apresentar como uma oportunidade de introduzir esse personagem que, como todo biografado, tem acertos e contradições; momentos felizes e outros tristes; vocações e inseguranças”.

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